O que o Fulham pode ensinar ao Juventus
Erich Beting
As notícias começaram a pipocar nos últimos dias. A primeira delas dá conta de que o Juventus quer reformar a Rua Javari e fazer do estádio um local para 20 mil torcedores, com toda a modernidade que o consumidor no Brasil passará a exigir. A outra é o lançamento de uma camisa comemorativa em parceria com a Umbro, remontando aos anos 80.
Se puder ser traçado um paralelo, a história do Juventus é muito parecida com a do Fulham, da Inglaterra. Time pequeno da maior cidade do país, sempre foi um clube que tinha a simpatia dos moradores, mas não passava de um coadjuvante que sempre beijava a Segundona. Depois, com a profissionalização do futebol na Inglaterra, o Fulham praticamente sumiu, mais ou menos como o Juventus pelas bandas paulistanas, mas ainda longe do grau de profissionalismo dos britânicos.
Nos últimos 15 anos, o Fulham voltou à elite e à cena futebolística do futebol inglês. Essa volta do clube ao topo está ligada diretamente à venda do clube para o bilionário Mohamed Al-Fayed, em 1997. Desde que passou a ter o investimento, o clube cresceu e conseguiu se firmar na Premier League. Seu estádio, o pequeno Craven Cottage, com capacidade para 25.700 pessoas, é uma reforma daquele erguido em 1896. No ano de 2010, atingiu o ápice com o vice-campeonato da Liga Europa.
Apesar de muitos protestarem com as reformas que o Juventus tem programado, o futuro do clube depende dessa nova mentalidade. Potencial para ser consumido não falta. Extremamente simpático para o público, falta ao Moleque Travesso adaptar-se às exigências de mercado. Estádio moderno, gestão pensada no consumidor e time competitivo pode ser a salvação.
Um dos caminhos é achar quem esteja disposto a investir milhões numa mudança por completo do clube. A solução pode estar em ser radical e colocar o Juventus à venda. A história do Fulham pode servir de inspiração. Por mais que os amantes do tempos românticos da bola chiem, essa parece ser a melhor saída para o Moleque voltar a ser Travesso.