As lições do Mineirão e da Arena do Grêmio
Erich Beting
Multa de R$ 1 milhão ao consórcio Minas Arena de um lado. Reunião para discutir como manter a ''Avalanche'' na nova Arena do outro. Os reflexos imediatos dos principais incidentes de dois dos mais modernos estádios brasileiros já mostra que estamos começando a entender o grande processo de mudança que teremos no esporte para os próximos anos.
Hoje, ir a um estádio de futebol é, antes de tudo, uma aventura. Sem facilidade de acesso, sem conforto dentro do estádio, sem opções de lazer além da partida de futebol em si, nada é convidativo para uma pessoa ir a um estádio. Possivelmente hoje, entre as diferentes opções de entretenimento que existem, consumir um jogo de futebol in loco talvez seja uma das últimas para se fazer.
O que muda no país dos novos estádios é exatamente esse conceito. O torcedor não pode mais ser tratado como um mero detalhe dentro de um estádio.
Colocar o torcedor em primeiro lugar dá a garantia de que novas fontes de receita serão geradas para os clubes. Cada vez mais o futebol tem de passar a colocá-lo como prioridade. Especialmente no Brasil, em que as receitas com patrocínio e televisão atingiram o seu máximo ou estão muito próximas disso.
Os problemas enfrentados por Mineirão e Arena do Grêmio são inadmissíveis no novo patamar que o futebol atinge a partir da existência desses novos estádios. Faltar água, condições mínimas de higiene, de segurança, gramado com problemas… Tudo isso não cabe mais num momento em que o Brasil se prepara para dar o maior salto de qualidade na forma de pensar o futebol.
As lições que os dois episódios trazem são claras: o futuro já está no presente.