Negócios do Esporte

E o plano do Brasil para a NBA?

Erich Beting

A NBA, liga de basquete dos Estados Unidos, apertou finalmente o botão ''start'' para o projeto de expansão no mercado brasileiro. O primeiro passo foi marcar um jogo de pré-temporada em solo nacional. O segundo, como geralmente qualquer entidade esportiva faria, seria esperar chegar outubro para os marmanjos do basquete americano desembarcarem no Galeão, irem até a HSBC Arena bater uma bolinha, embolsar uma grana e pronto.

Seria assim, não fosse o fato de que tudo o que diz respeito aos passos rumo ao exterior da NBA serem meticulosamente planejados.

A começar pela escolha dos times para o jogo e da data. O Chicago Bulls, ex-time de Michael Jordan, é um dos mais populares da liga por aqui. Já o Washignton Wizards tem Nenê e Leandrinho no elenco, os dois nomes mais midiáticos entre os brasileiros que jogam nos EUA. A data também é bem escolhida. No meio do feriado de 12 de outubro, quando o trânsito no Rio de Janeiro estará menos carregado e a chance de termos mais crianças na partida ser maior, expandindo o basquete para o público jovem.

Além disso, nesta semana Ron Harper, pentacampeão da NBA por Bulls e Los Angeles Lakers, deu o ar da graça no Flamengo. Visitou o clube, falou de basquete e, claro, de que será um bom jogo o amistoso entre seu ex-clube e o Wizards.

Outras ações para lembrar o torcedor brasileiro de que em outubro a NBA finalmente desembarcará por aqui deverão ser feitas pela liga nos próximos meses. Claramente, os americanos têm um plano completo para o mercado brasileiro. Mas e o contrário?

Dois importantes parceiros comerciais da NBA ainda não se prepararam para a vinda da liga para cá. Netshoes e Adidas são, respectivamente, a operadora da loja oficial e a fornecedora de material esportivo. As duas marcas, porém, não têm um plano traçado para aproveitar a presença de times e astros do basquete em solo nacional. Não era obrigatório ter, mas da forma como a liga já vinha se preparando para desembarcar no Brasil, era de se esperar que já houvesse um mínimo de movimento em torno disso.

Da mesma forma, o que o basquete brasileiro pode se beneficiar da presença de Bulls e Wizards por aqui? É uma pergunta que fica ao vento quando pensamos no que a Confederação Brasileira tem de planos para isso.

Nos últimos anos, o basquete brasileiro conseguiu ressurgir das cinzas, olhando bastante para o modelo da NBA. Agora que a liga americana começa a colocar em ação o seu plano para o mercado do Brasil, a pergunta que fica é uma só.

O que o basquete brasileiro planeja para se beneficiar desse movimento?