Negócios do Esporte

O recado da Champions para o Brasil

Erich Beting

Sábado é dia de decisão do campeão europeu de futebol. O inédito duelo entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund vai marcar também a realização de diferentes ações de marketing dos patrocinadores da Liga dos Campeões da Europa. Algo absolutamente natural, não fosse por um mísero detalhe.

As ações serão realizadas no Brasil! A Adidas foi quem mais investiu na finalíssima da Champions. Fechou o estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, e organizou o maior fan fest fora da Europa para o torcedor acompanhar a disputa. A Heineken personalizou diversos bares para celebrar a grande decisão do futebol europeu.

A movimentação em torno do jogo não deixa de ser um recado da Champions para o Brasil. Hoje, o torneio que reúne os principais clubes da Europa está praticamente inserido no cotidiano do fã de futebol. Esperamos com ansiedade para ver os grandes jogadores do mundo em ação. E, com as atividades promocionais feitas pelos patrocinadores da Liga dos Campeões, aos poucos vamos nos acostumando a consumir muito mais o futebol europeu do que o brasileiro e sul-americano.

Com o Brasil assumindo um posto estratégico entre os mercados mundiais, naturalmente as marcas globais que apoiam a Liga vão fazer ações no país. Há três meses, a Heineken e a Uefa promoveram o tour da taça da competição no Rio de Janeiro. Agora, a Adidas monta um ''parque de diversões'' no dia da final.

Como produto, é indiscutível a qualidade da Liga dos Campeões. Mundialmente não se faz melhor torneio de futebol. Se o futebol no Brasil não se preocupar em tratar bem o torcedor, aos poucos o vínculo emocional que ainda mantém o consumidor próximo dos torneios brasileiros vai sendo desfeito. Não, nunca iremos deixar de ter o torcedor fanático pelos clubes do país. Mas, sem dúvida, perderemos consumo daquele que não tem tanta ligação com um clube específico.

A Champions dá um recado para o Brasil. Mas os clubes no Brasil teimam em achar que não é preciso fortalecer as competições, e sim os próprios clubes.