Joel Santana e a necessidade de o esportista ser artista
Erich Beting
Na pré-estreia da Copa do Mundo, Joel Santana se transformou na surpresa mais grata da publicidade atrelada ao esporte no Brasil. As hilárias atuações do ''teacher'' nas propagandas de ''Head & Shoulders'' conferem até agora a única campanha fora do padrão de uma marca atrelada ao Mundial do ano que vem (e que também tem muito a ver com o fato de a P&G não patrocinar o evento, precisando assim ser mais criativa para se aproximar dele).
Nesta semana, a P&G deixou escapar parte de sua estratégia global para a Copa. Pelo menos para a América Latina, Joel ganhou dois ''coadjuvantes'' de peso na campanha: Pelé e Messi. A ideia de unir o treinador aos dois ícones é mais uma mostra de como é benéfico para o esportista saber ser artista também.
Ao conseguir se transformar nesse personagem que é atualmente, Joel Santana ganhou um espaço que talvez não tivesse alcançado se não soubesse jogar também o jogo da propaganda. Logicamente que o cachê para ele é infinitamente mais baixo do que aquele pago para Pelé e Messi, mas o patamar ao qual a imagem de Joel consegue ser projetada é infinitamente maior do que poderia se esperar.
Numa era em que a comunicação tornou o meio esportivo bastante robotizado, Joel Santana é a excelente forma de se sair do padrão. E de mostrar para os atletas e, especialmente, seus assessores de imagem, que é possível ter uma vida muito mais bacana ao sair do lugar-comum. Afinal, foi só a partir disso que Joel Santana conseguiu ser o garoto-propaganda de um dos maiores anunciantes do país.