Negócios do Esporte

O duelo final entre Adidas e Nike se aproxima do Brasil

Erich Beting

Em março de 2008, na quinta edição da revista Máquina do Esporte, brincamos de ''Nostradamus'' e previmos, naquela ocasião, que dali a seis anos Nike e Adidas, as duas maiores fabricantes de material esportivo do mundo, travariam um acirrado duelo pelo consumidor brasileiro e, especialmente, pela Copa do Mundo de 2014.

A pretensão da Nike, à época, era chegar no ano do Mundial vestindo a seleção anfitriã e com o status de líder em vendas no mercado de futebol. Do outro lado, a Adidas tinha como objetivo ampliar o domínio no futebol e ganhar mais espaço no Brasil, que desde 1996 vem sendo muito bem ''blindado'' pela maior concorrente, patrocinadora da seleção e até aquela época dos dois clubes de maior torcida, o que impacta diretamente nas vendas.

Hoje o cenário mudou um pouco no Brasil. No futebol, a Nike ''perdeu'' espaço com a saída do Flamengo, mas ampliou o terreno apoiando Santos, Inter, Coritiba e Bahia. A Adidas pegou neste ano o Rubro Negro carioca e em breve deve anunciar mais clubes.

O grande duelo, porém, é na Copa do Mundo.

E as primeiras batalhas já começaram a ser travadas. A Nike planeja lançar o terceiro uniforme de seus cinco clubes patrocinados no próximo ano. As cores seriam alusivas às usadas pela seleção brasileira. A Adidas deu o bote antes, apresentando o uniforme ''abrasileirado'' do Palmeiras.

No mês que vem, porém, o troco da fabricante americana deve vir num megaevento programado para 24 de novembro. A data marcará a apresentação da camisa que o Brasil usará na Copa do Mundo. De corrida de rua a festa na praia, a Nike deverá mostrar que será a ''dona'' do Rio pelo menos até julho de 2014. No que não for território da Fifa, a marca tentará se fazer presente.

Na semana seguinte, será a vez de a Adidas mostrar o modelo da Brazuca, a bola que vai rolar nos gramados do país durante a Copa do Mundo. Esse, aliás, é o principal ativo da empresa alemã ao lado dos jogadores Fred, Daniel Alves, Lucas e Marcelo, presenças quase certas na lista de Felipão para o Mundial.

O que vai nortear essa disputa pelos próximos meses será, substancialmente, a capacidade criativa das duas marcas para tentar ganhar a mente do consumidor num mercado que vem anualmente sustentando parte do crescimento de ambas as empresas nos países emergentes.

Há pelo menos três anos que Adidas e Nike têm profissionais destacados para planejar a Copa do Mundo no Brasil. O duelo final está cada vez mais próximo. Até julho do ano que vem, ele será um prato cheio para quem gosta de marketing esportivo.