Negócios do Esporte

Marin abre renegociações na CBF para findar a Era Teixeira

Erich Beting

Em 12 de março de 2012, José Maria Marin assumiu a presidência da CBF. À época, seu desafio parecia relativamente simples. Manter o curso da entidade em ordem tendo em vista a Copa do Mundo. Entidade esportiva com maior faturamento do país, a CBF vivia o benefício de ser o time anfitrião do Mundial de 2014. Desde o anúncio da sede da competição, foram seis novos patrocinadores para a entidade, além de duas empresas apoiadoras. O faturamento anual, que vivia na casa dos R$ 80 a 100 milhões, saltou para as duas centenas de milhões.

Marin, portanto, não precisava fazer muita coisa para mudar esse cenário. Mas hoje, 20 meses após assumir o cargo, o presidente dá mostras de que trabalha para findar a ''Era Teixeira'' no que diz respeito aos contratos de patrocínio. Na segunda-feira, anunciou a renovação do acordo com o Itaú até 2022, estendendo por mais oito anos o vínculo com o banco. Foi o terceiro contrato que foi modificado após sua entrada e o sexto diferente acordo de patrocínio fechado por Marin.

No ano passado, a MasterCard foi anunciada como patrocinadora da CBF, num acordo que já vinha sendo delineado nos tempos de Teixeira. Em 2013, porém, a dança das cadeiras foi maior. A Gol substituiu a Tam, a Sadia entrou na vaga da Seara e dois patrocinadores foram anunciados: Seguros Unimed e Samsung.

A renovação com o Itaú deixa a conta de acordos que ainda têm a caneta de Ricardo Teixeira cada vez menor. Ainda restam, porém, os maiores contratos da entidade: Nike (US$ 35 milhões ao ano), Ambev (US$ 15 milhões) e Vivo (US$ 15 milhões), todos renegociados recentemente na gestão de Teixeira e que provavelmente não mudam de configuração tão cedo.

Esses novos acordos e, agora, o início das renegociações, também fazem parte claramente de uma estratégia política de Marin. Em todos os contratos recentes, Marco Polo Del Nero, vice-presidente e seu candidato à sucessão, esteve presente nas imagens de divulgação do negócio.

O cenário de Copa do Mundo aqueceu os negócios da CBF. Agora, Marin se aproveita disso para começar a imprimir sua digital nos negócios da entidade. Aos poucos, a Era Teixeira começa a ser deixada de lado. E o próximo presidente que aguarde para tentar renegociar os contratos. A CBF começa a ficar muito próxima do teto no que diz respeito ao faturamento com patrocínios.