Federação, ainda vai ficar só na bandeira?
Erich Beting
A iniciativa foi interessante. No Paulistão Chevrolet, todos os jogos terão bandeiras brancas sendo usadas pelos auxiliares do árbitro. O projeto, chamado de ''Para a paz, não há impedimento'', tenta sensibilizar o torcedor para que haja menos violência dentro de campo.
Aí vem o primeiro clássico do Paulistão, a primeira goleada e o mundo cai. No sábado, o Centro de Treinamento do Corinthians é invadido, jogadores são agredidos moral, verbal e fisicamente. Os atletas se reúnem e passam a debater se entram ou não em campo no final de semana. A diretoria corintiana pede cancelamento da rodada.
Chega a noite, os times entram em campo. No domingo, o que ainda resta do time do Corinthians enfrenta a Ponte Preta, outra equipe que foi ameaçada pelos torcedores.
Mas e aí, cadê a tal da bandeira pela paz? Em campo, os auxiliares dos árbitros seguem com o instrumento levantando a bandeira pela paz. Mas e fora dele, o que faz a entidade que organiza o campeonato atingido diretamente pela barbárie?
Pois é, a iniciativa parece ter ficado só na bandeira…
A situação está atingindo o nível do insustentável, para dizer que o copo já não transbordou há tempos.
A bandeira pela paz parecia uma boa iniciativa. Quando ela fica apenas na iniciativa, de nada adianta. Até quando a Federação Paulista de Futebol vai ficar só no discurso, sem fazer nada que realmente mude a cara do futebol do qual ela depende para existir?