A cocriação entra na seara do esporte
Erich Beting
Na última década, o conceito da cocriação começou a fazer parte do cotidiano de algumas empresas com mais frequência. Com a proliferação da internet e das redes sociais, levar o consumidor a ser um ''cocriador'' de um projeto dentro de uma empresa se tornou mais fácil e uma boa estratégia de marketing para as marcas.
No esporte, aos poucos, a cocriação começa a dar as caras. Dois exemplos nesta semana mostram isso. A Gol, patrocinadora da seleção, decidiu levar para o torcedor a criação de uma pintura alusiva ao time brasileiro (veja os detalhes aqui). As companhias aéreas brasileiras têm feito ações similares nos últimos anos, especialmente desde que a Azul entrou no mercado. É a primeira vez, porém, que o esporte é a base para algo do gênero.
Outra ação, essa sem a chancela ''oficial'' de um clube, foi feita pela Netshoes. Um fã de 10 anos de idade mandou uma correspondência à empresa com o desenho de uma nova camisa para o Borussia Dortmund. A vendedora de artigos esportivos chegou a entrar em contato com a Puma, fornecedora de material do clube alemão. Não teve retorno. Decidiu, então, transformar em pôster o projeto do menino e dar a ele uma camisa oficial do time (leia aqui).
Aos poucos, o esporte começa a explorar a paixão do torcedor para a cocriação. Alternativa simples e eficiente do ponto de vista de marketing, ela muitas vezes traz uma solução para a empresa inovar e, também, agradar ao consumidor, acabando com a lógica de ''imposição'' que ainda permeia o lançamento de um produto.
Com o componente do vínculo emocional muito maior do que numa relação comercial simples, o esporte pode ter na cocriação um caminho para inovar. Numa era em que as redes sociais encurtam distâncias entre a empresa e o consumidor, entre o clube e o torcedor, o atleta e o fã, é natural que o caminho passe a ser esse.
É mais barato, causa mais barulho para a marca e, por fim, cria um vínculo ainda mais forte do consumidor com a empresa.