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Por que os direitos de mídia só crescem
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Erich Beting

A disputa entre Globosat e Esporte Interativo pelos direitos de transmissão do futebol brasileiro a partir de 2019 é um reflexo de uma nova realidade no mercado de mídia que deverá aumentar, e muito, os ganhos do esporte com a cessão dos direitos de transmissão de seus eventos.

Estudo divulgador recentemente pela consultoria PwC mostra que, nos Estados Unidos, os direitos de mídia serão o segmento que mais vai gerar receita para o esporte nos próximos anos. E, a partir de 2019, pela primeira vez, os ganhos com a venda de direitos de transmissão serão maiores do que o arrecadado com bilheteria pelas ligas americanas.

A razão para isso é relativamente simples. E o raciocínio que funciona para o mercado americano se expande rapidamente para os outros países.

O consumo da mídia está cada vez mais fragmentado. As pessoas se dispersam não mais apenas com a TV a cabo, mas com dispositivos móveis, aplicativos como Netflix, exibições em aparelhos como o Apple TV e também em videogames e TVs com acesso à internet.

Hoje, a lógica de consumo da mídia é do conteúdo sob demanda e não mais em tempo real.

Aí é que o esporte passa a ser valioso. Com eventos esportivos de alta qualidade (a NFL é um ótimo exemplo) e/ou grande interesse do público (o Brasileirão é o equivalente por aqui), as empresas de mídia só têm uma alternativa, que é pagar, bem alto, por eles. E o valor é determinado, pura e simplesmente, pela força que esses eventos possuem de atrair grande grau de interesse das pessoas em consumi-los em tempo real.

A tendência de consumo sob demanda do conteúdo de mídia só não é verificada no esporte, em que o consumidor faz questão de acompanhar o evento em tempo real, e não apenas quando ele está em seu tempo livre. A força da transmissão ao vivo faz do esporte um produto como nenhum outro.

Só para se ter uma ideia, na transmissão do último Super Bowl, domingo passado, a rede americana CBS obteve uma audiência de 111,9 milhões de pessoas. É a terceira maior audiência da história da TV americana.

Um dos números celebrados pela emissora, porém, foi o de quanto o Super Bowl aumentou a audiência de programas que foram exibidos após a grande final do futebol americano. O “The Late Show With Stephen Colbert” que foi ao ar após a vitória do Denver Broncos sobre o Carolina Panthers foi visto por 21,12 milhões de pessoas. Só para se ter uma ideia do ganho proporcionado pela transmissão do futebol, a média do programa no último ano foi de 2,9 milhões de espectadores.

Se o futebol brasileiro trabalhar para melhorar a qualidade do produto que é oferecido para a mídia, poderá ver um novo salto nos valores pagos pelas emissoras pela transmissão de seu evento. Para conseguir isso, porém, temos ainda de entender que é preciso pensar coletivamente no futebol, e não individualmente nos valores que as emissoras pagarão aos clubes…


Esporte é promoção ou exposição?
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Erich Beting

Nos próximos dias o futebol brasileiro vai provar mais um pouco do gostinho de como se promove um evento esportivo com a participação de quatro clubes do país na Florida Cup. Torneio praticamente amador no que diz respeito ao apelo que tem com o público local, a competição que reúne cada vez mais equipes do mundo todo na Flórida dá ao país um pouco do sabor que é fazer uso da promoção para gerar interesse num evento.

Nos últimos dias, vimos diversas ações brotarem sobre o evento. Ronaldo como garoto-propaganda, Ronaldinho Gaúcho como atração em campo, jogo da NBA como forma de divulgação do evento e até de exposição dos clubes brasileiros lá fora (leia mais aqui).

Na prática, o que os americanos tentam fazer é ampliar o interesse para as pessoas sobre o evento. Com o futebol em estágio primário de evolução nos Estados Unidos, o que os promotores tentam fazer é criar diversos motivos para que o público tenha, de alguma forma, contato com a Florida Cup.

Fazer uso da promoção para atrair público, mídia e, então, patrocinadores, é um conceito mais do que batido em mercados onde o marketing já é mais desenvolvido. Nos Estados Unidos, onde o marketing é norma, o conceito é tão banal que é impossível pensar em fazer esporte sem ele.

Já no Brasil, os clubes da Primeira Liga mostram que estão ávidos por, primeiro, fechar o contrato de TV para então lançar a competição e, aí, quem sabe começar a atrair o interesse do público e os patrocinadores.

A preocupação dos dirigentes, logicamente muito válida, é de que o clube não perca dinheiro com o evento. Mas como achar que um negócio, em seu primeiro ano de vida, não vai ter prejuízo?

Se fosse mais do que um movimento político, a Primeira Liga deveria saber disso. Talvez os dirigentes de Atlético-MG, Fluminense e Inter pudessem usar a ida aos Estados Unidos para ver como é possível aplicar alguns conceitos primários de promoção de um evento esportivo na promoção da liga.

O que falta em boa parte ao esporte no Brasil é entender a importância da promoção na cadeia evolutiva da transformação de uma competição esportiva num produto. É só por esse caminho que será possível construir um negócio realmente rentável para todos.

Quando prioriza a exposição em detrimento da promoção, a Primeira Liga está desperdiçando a capacidade que tinha de se tornar um bom produto. Por mais novo que ele seja.


F-1 voltou a ser esporte de nicho. É o adeus à TV aberta?
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Erich Beting

O Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 2015 entrará para a história como a pior audiência na TV aberta na história. O 15 de novembro que valeu a Nico Rosberg o vice-campeonato mundial reforçou a certeza da Globo, de que não há mais apelo para a categoria ter todas as suas etapas transmitidas ao vivo na TV aberta.

Os 10,5 pontos alcançados pelo GP Brasil (leia aqui) representa a mesma audiência que teve o GP do Canadá, até então a melhor performance da temporada 2015 da F1 na TV aberta. O que eles têm em comum? O fato de terem sido exibidos no mesmo horário, com largada às 14h.

O número acende a luz vermelha sobre o futuro da F1 na Globo. Sempre a prova brasileira rendeu os melhores índices para a emissora. Neste ano, apenas igualou o recorde. Isso significa, claramente, que a F1 não é mais um objeto de desejo do público em geral. Ela continua a ser um grande produto, mas voltado para um nicho, que representa, na melhor das hipóteses 10 a 12 pontos de audiência em seu melhor cenário.

Na linguagem da Globo, esse é o primeiro passo para que a Fórmula 1 deixe de ser enquadrada como um bom produto para a TV aberta. Sim, como bem frisou Felipe Massa pré-GP, não é apenas a audiência da F1 que está caindo. A TV aberta, como um todo, perdeu audiência. A mídia pulverizou e, assim, ficou ainda mais difícil emplacar qualquer produto na programação.

O nível de exigência para um produto se adequar à TV aberta é a cada dia maior. Não tanto no conteúdo, mas na aderência do público. O grande dilema nos últimos anos é exatamente como fazer com que esse conteúdo consiga ser aderente ao máximo.

Seguindo essa lógica, quando a audiência da F1 não consegue representar a liderança no Ibope e, mais ainda, quando não consegue sair de um determinado patamar de alcance de público, ela deixa de ser um produto com diferencial para ser exibido em TV aberta.

E aí é que entra todo o enrosco, que deixa o fã de F1 frustrado, mas que representa o retrato fiel da realidade da categoria no Brasil. A categoria vive, hoje, do público que é apaixonado pelo automobilismo. Ela não consegue mais atrair a atenção do não-fanático, do “modinha”, do cara que liga a TV simplificando a disputa na F1 para o “chegar é uma coisa, passar é outra completamente diferente”.

No começo dos anos 80, quando a F1 era restrita um nicho, a Globo decidiu, por um ano, abrir mão dos direitos de transmitir a categoria. Justamente naquela temporada Nelson Piquet foi vice-campeão mundial, e a F1 passou a entrar na era em que mais se transformou num produto de massa no país, com a dobradinha Piquet-Senna colocando quase sempre o país no lugar mais alto do pódio.

Hoje, em período de vacas magras em relação a pilotos carismáticos para o público em geral, a Fórmula 1 voltou a representar um nicho. Dificilmente ela conseguirá justificar a transmissão ao vivo de todas as suas etapas, ainda mais com boa parte delas ocorrendo em horários que são ruins para aumentar a audiência da televisão.

Nunca foi tão fácil para a Globo justificar a saída da F1 da sua grade. A única alternativa plausível para ela permanecer na programação é vender todas as cotas de patrocínio para a temporada. O que, a cada ano que passa, fica mais difícil de acontecer, já que a audiência derrapa a cada curva de um novo ano…


O que representa o fim da Era Campos Pinto para o futebol
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Erich Beting

Marcelo Campos Pinto já estava sendo colocado para escanteio na Globo há algum tempo. Desde que foi determinado o fim do adiantamento de cotas de TV para os clubes, meio que sem alarde, durante a Copa do Mundo, que o chefão do futebol da Globo nos últimos 20 anos começou a perder seu grande poder dentro da Globo.

Com os escândalos recentes no futebol, e a sempre próxima relação do executivo com as figuras centrais dos episódios que têm furado diversas cartolas mundo adentro, a situação de Campos Pinto ficou ainda mais complicada. Para “piorar”, o grande interesse de Roberto Marinho Neto pelo tema esporte e direitos de transmissão ajudaram a aumentar a ingerência da Família Marinho sobre aquele campo que praticamente tinha dono único na emissora.

Campos Pinto talvez tenha sido, na última década, uma das figuras mais poderosas do futebol brasileiro. Seu crescimento na Globo veio na vitória pelos direitos da Copa do Mundo de 2002, após a conturbada negociação com a ISL, quando a emissora adiantou parte da verba pelos direitos, viu a agência falir envolvida num megaesquema de corrupção e livrou a empresa de um enrosco ainda maior.

A partir dali, ele passou a ditar as negociações. E, usando-se do artifício do adiantamento de cotas, passou a reger todo o destino sobre os direitos de TV no país. Em 2003, quando os clubes tentaram um levante para migrar para o SBT com o Brasileirão por pontos corridos, Campos Pinto usou o adiantamento de mais de R$ 50 milhões para manter os clubes sob contrato. Depois, em 2011, quando o Clube dos 13 começou a ruir, foi ele quem renegociou os contratos com os clubes, passando os direitos, antes negociados coletivamente, para os acordos individuais.

Ao que tudo indica, a Globo adotará uma nova postura na negociação de direitos. Campos Pinto sempre foi muito próximo dos dirigentes de clubes, vivia dando expediente na CBF e costumava ter liberdade para falar em nome da emissora. Centralizador, não deixava de liderar qualquer negociação que envolvesse o futebol.

Nas últimas semanas, o executivo vinha abrindo negociações com os clubes para tentar ampliar, de 2018 para 2020, os direitos de transmissão do Brasileirão com os clubes. Agora, com uma negociação menos centralizada, o projeto pode acabar sendo colocado em segundo plano pela própria Globo.

A saída de Campos Pinto do lado do principal financiador do futebol pode representar uma grande ruptura do modelo que foi criado em 1997, quando a emissora passou a querer exclusividade sobre o esporte, e gerar uma nova relação entre os dirigentes e a emissora.

No momento em que os clubes começam a ter cada vez mais interesse em assumir a gestão de campeonatos, a saída de quem negociava os direitos de transmissão da Globo é o primeiro passo para que um novo modelo comece a querer sair da inércia.

A Globo não deverá deixar de ter os direitos sobre os principais campeonatos do país. Mas ela perderá a influência que o principal executivo destacado para o futebol exercia sobre os dirigentes. E isso poderá, no médio prazo, significar um novo tipo de relação entre o futebol e a Globo.

Leia também: 

Escândalo de corrupção na Fifa derruba homem forte do esporte na Globo


Corinthians pode ter mais um recorde: o “campeão do sofá”
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Erich Beting

A situação promete dar um novo capítulo à modorrenta discussão “pontos corridos x mata-mata”. No próximo domingo, o virtual campeão nacional Corinthians poderá bater outro recorde. Ser o primeiro campeão a ter celebrado o título “do sofá”.

A proeza do dia é mais uma obra de irresponsabilidade de quem pretensamente deveria comandar o futebol do país. A CBF dormiu no ponto, não percebeu onde poderia acabar essa história e deixou acontecer. Sem ter tempo hábil, pelo seu próprio regulamento, para mudar o horário do jogo do Corinthians, a entidade teve de manter a partida contra o Coritiba para o sábado às 19h30.

O clube paulista sairá dessa partida da mesma forma que terminou o jogo contra o Atlético Mineiro. Sabendo que será o campeão, só não se sabe quando. Poderá ser no dia seguinte, num churrasco entre os jogadores e seus familiares, o que seria legal exclusivamente do ponto de vista pessoal para os atletas.

E aí entra o ponto central dessa história. A CBF deveria ter pelo menos UM funcionário pensando exclusivamente na promoção de seu maior produto com periodicidade definida, que é o Campeonato Brasileiro. Já se sabia, há pelo menos 15 dias, que uma combinação de resultados poderia fazer do duelo contra o Coxa a decisão do título.

Não havia ninguém na CBF olhando a tabela, ou pelo menos acompanhando o noticiário (roda de debates na TV e simulador de classificação nos sites é o que não faltam hoje em dia no cotidiano do futebol) para já prever que seria de bom tom fazer o time estar em campo, ao lado da torcida, na hora do apito final em Belo Horizonte?

Geralmente a CBF guarda certa antecedência para promover todos os jogos nos mesmos dias e horários. Deixa para as três rodadas finais, impulsionada pela outra novela chatíssima do futebol nacional, a tal da “mala branca”. Foi assim que tudo funcionou bem até agora. Mas…

O episódio do Brasileirão que pode ter seu campeão pelo sofá é só mais um que deveria provocar indignação e mexer um pouco mais com o modelo de descaso com o qual é tratado o principal campeonato do país.

Não se trata de exigir muita coisa, apenas que a CBF esteja atenta para cuidar com um pouco mais de carinho do Brasileirão. Mas como parece que a entidade tem dificuldades até para renovar o passaporte de seu presidente poder viajar para o exterior, fica difícil acreditar que alguma mobilização virá dali…


YouTube entra na briga pelos direitos de transmissão. E agora?
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Erich Beting

O Brasil começa hoje a entrar numa nova era no que diz respeito aos direitos de transmissão no futebol. O YouTube passará a transmitir a Copa del Rey, da Espanha, também para os lados de cá. A primeira partida que será exibida é a do Barcelona (detalhes aqui).

O negócio representa um ponto de virada importante na questão dos direitos de mídia esportivos. Repare bem que não dá mais para usar a expressão “direitos de TV”, uma vez que não temos, hoje, o mesmo cenário que havia há dez anos, quando as principais emissoras de televisão do mundo começavam a entrar em colisão com o YouTube.

Naquela época, a briga era pelo direito de exibir melhores momentos dos principais eventos esportivos praticamente de forma instantânea. Sabe aquele touchdown fantástico que só a Fox havia transmitido no Superbowl? Pois é. Dali a 10 ou 15 minutos alguém já tinha copiado o sinal de TV e subido o lance para todo mundo ver, em qualquer lugar, sem que os “direitos” fossem preservados.

Hoje, pensar que alguém queria ir contra o YouTube há dez anos parece um contrassenso. Não era. De fato, até aquela época, as imagens em tempo real de um evento eram restritas a quem havia pago, bem caro, por isso. Mas aí a banda de internet nas casas foi-se alargando, as emissoras perceberam que elas precisariam fornecer vídeos em seus sites e o negócio foi crescendo a tal ponto que o detentor do direito de mídia de um evento arranjou um jeito de conquistar o fã do esporte sem precisar se preocupar se o YouTube estava ou não violando suas propriedades exclusivas.

O YouTube, com isso, perdeu espaço. Até então, ele funcionava praticamente como a plataforma para tudo o que circunda o meio esportivo, à exceção do evento em si. Eles não transmitiam ao vivo, mas conseguiam mostrar todo o restante. É só ver o quanto conseguem de exposição os canais oficiais de clubes de futebol. Não é o esporte em si, mas a paixão pelo esporte que o YouTube compartilha e viraliza para todo o mundo.

O ponto, porém, é que o YouTube começa a se mostrar uma plataforma mais eficiente do que a própria TV. O site do Google tem toda a capacidade de criar algo que dispense ter ou não a operadora x ou y, estar ou não à frente de uma TV, etc.

O que o YouTube representa, no lugar do modelo tradicional de transmissão em vídeo pela TV, é a mesma possibilidade que as emissoras temiam em 2005. Ele ganha o mundo. Tanto que, quando a liga espanhola anunciou o acordo com a Mediapro para transmitir para 17 países via YouTube a Copa do Rei, a perspectiva é de que isso leve a competição para 2 bilhões de pessoas, no acumulado de toda a mídia, considerando também os acordos de TV.

No ano passado já foi possível acompanhar o título mundial de Gabriel Medina por lá. Agora, chegando ao futebol, a tendência é que o YouTube provoque um movimento praticamente irreversível na questão de vermos, via internet, jogos ao vivo. Sem precisar, para isso, apelar aos sites piratas…


Por que pagar o Pato?
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Erich Beting

Imagine que você tenha comprado um belo carro de luxo, pago bem caro por ele e, no fim das contas, quando você foi dirigir, não conseguiu rolar “aquela química” com o carro. O motor não era tão potente, o combustível gastava mais do que o esperado, o seguro era caro demais, etc. Você decide, então, emprestar esse carro para um cunhado, com a promessa de que, após um determinado tempo, ou o carro volta “amaciado” para você, ou então você revende para outra pessoa com quem ele se dê bem.

Aí, quando o tempo de vencimento desse empréstimo está próximo de chegar ao fim, o carro até que parece mais ajeitado, tem tido melhor rendimento e tal. Mas você começa a alardear para todo mundo que o carro não te interessa e que você quer se desfazer dele de qualquer jeito.

A pergunta óbvia é: será que alguém vai pagar por ele o quanto você pagou ou algum valor próximo disso ou, já que você quer tanto vender, o máximo que receberá será uma oferta bem abaixo do valor de mercado que o carro teria?

É exatamente esse descuido que o Corinthians está tendo com relação à venda de Alexandre Pato.

Há quase três semanas, o presidente Roberto de Andrade declarou, ao programa Seleção Sportv, que “se Deus quiser, teremos a bênção de vender o Pato”. Na última semana, o ex-presidente Andrés Sanchez colocou mais lenha na história, desdenhando do jogador e afirmando que, se ele voltar do empréstimo do São Paulo, vai repassá-lo ao Bragantino, esquecendo-se de que Pato não é obrigado a aceitar isso. Em entrevista coletiva, o atleta saiu-se bem, afirmando que a preocupação dele era com o São Paulo, seu atual clube.

Que Pato não jogará mais pelo Corinthians está mais do que claro. O que resta saber é como o clube espera ganhar um dinheiro que reduza o prejuízo que teve com o atleta se, em declarações, seus dirigentes denigrem cada vez mais a imagem de Pato e o interesse em contar com ele.

A questão não é quem vai pagar pelo Pato, mas sim, do jeito que o Corinthians tornou a situação, por que pagar por ele?