As armadilhas no encontro de Dilma com o Bom Senso
Erich Beting
A presidente Dilma Rousseff vai, finalmente, abrir diálogo com os jogadores de futebol. Pelo menos é isso que dá a entender pelo convite que foi feito aos representantes do Bom Senso FC para que se encontrem com a presidente. Mas há uma série de pequenas dúvidas que cercam essa reunião que podem minar o resultado desse inédito encontro, tal qual aconteceu no ano passado quando o Bom Senso foi recebido pela CBF.
O que move a presidente a querer receber os atletas?
É uma tentativa de politicamente solicitar que os jogadores não entrem em greve antes do início da Copa do Mundo, para não agravar o clima de insatisfação pré-evento?
É uma forma de aproximar a imagem da presidente à do Bom Senso, que tem a simpatia de boa parte da mídia?
É, afinal de contas, realmente uma intenção de a presidência da República se preocupar com os debates levantados pelos atletas?
Ou, no fim, é uma forma bem direta de a presidente deixar claro que não recebe a alta cúpula da CBF, mas tem o interesse de dialogar com os jogadores?
Essas questões são, no fim das contas, armadilhas que cercam o encontro do pessoal do Bom Senso com a presidente da República. É muito, mas muito bom, saber que Dilma está atenta às reivindicações dos atletas. Mas, de maneira alguma, essa reunião pode ser infrutífera.
No fim das contas, a bola do Bom Senso está sendo colocada na marca do pênalti. Resta saber se os atletas é que estarão prontos para fazer ou para evitar o gol. Em qual lado da cobrança eles estarão, só as portas fechadas do gabinete poderão dizer…