Melhor marketing é “bola na casa”. Mas cuidado para não ser o único
Erich Beting
“Marketing no futebol é bola dentro da casa. Se a bola entrar naquela casinha, vende até Modess pra homem”. A frase talvez seja um ótimo resumo de como pensa Alexandre Kalil, o homem que vai encerrar seu mandato como presidente mais vitorioso da história do Atlético-MG.
Ela foi dita à revista Placar, no fim de 2013, após Kalil levar o Galo à inédita conquista da Libertadores.
Com ela, o dirigente justificava o fim do departamento de marketing do clube e consagrava seu estilo de usar frases de efeito e governar a pulso firme o clube que acaba de ganhar o primeiro título nacional depois de 43 anos sobre o maior rival.
De fato, o maior mérito de Kalil foi recolocar, pelo poder do resultado dentro de campo, o orgulho no torcedor atleticano. O clube voltou a ser grande, parou de viver no passado e hoje é o time do presente após quase duas gerações frustradas.
O problema é que futebol, hoje, não é só colocar a bola na casinha. Para ter o time vencedor, Kalil depenou as finanças do clube. Aumentou a dívida, teve prejuízo registrado em balanço financeiro, estraçalhou os cofres. Mas deu ao Atlético algo que nunca antes na história foi possível.
Só que o marketing não estava lá para acompanhar o campo. O torcedor não teve produtos à disposição para comprar, não foi incentivado a consumir desenfreadamente, não teve a oportunidade de contribuir para além do bom momento no campo.
Quando a bola não entrar na casinha, o que será do Atlético?