Negócios do Esporte

Clubes-empresas se unem para manter incentivos fiscais

Erich Beting

No próximo dia 14 de setembro encerra o prazo de cinco anos de icentivos fiscais garantidos pela Timemania a clubes formados por empresas. De acordo com a lei, os clubes que são sociedades empresárias, teriam cinco anos de isenção do pagamento de quatro diferentes tipos de impostos.

A medida, quando a Timemania foi criada, era uma forma de equiparar os clubes-empresas daqueles que são sociedades sem fins lucrativos, como são os clubes sociais que geralmente formam os clubes de futebol.

Desde julho, alguns dos principais clubes-empresas do país têm se mobilizado para tentar fazer com que o governo reveja o artigo 13 da Timemania, que prevê o fim dos incentivos. De acordo com o grupo, encabeçado por Red Bull e que tem, entre outros, o Primeira Camisa, de Roque Júnior, e o Desportivo Brasil, da Traffic, sem os incentivos os custos anuais de manutenção dos clubes devem crescer cerca de 9%.

Uma carta já foi enviada em julho para o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Com 14 páginas, o documento procura mostrar para o governo que, apesar de a composição societária desses clubes visarem ao lucro, na prática eles são associações desportivas tais quais os demais clubes associativos (como aqueles que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro), cuja finalidade é disputar competições de alto rendimento.

A reivindicação é interessante, porque pega numa discussão sobre o próprio modelo de gerenciamento dos clubes de futebol no país. Os clubes que encabeçam o pedido à CBF e ao Ministério do Esporte são entidades que não atrasam salários, sendo que muitas delas são reconhecidas como centros de excelência na formação de novos jogadores.

O que os diferencia dos demais times, geralmente, é o fato de que existe um dono desses clubes (pode ser uma empresa ou um empresário), e que por conta disso a gestão dessas entidades não pode ser falha.

No fim das contas, o aumento da carga tributária sobre esses clubes é uma forma de punir o bom gerenciamento das entidades. Mais curioso ainda é ver que a lei que poderá gerar um aumento de carga tributária a esses clubes é aquela que foi criada para, pela terceira vez, dar um perdão à dívida dos clubes pessimamente gerenciados, a partir da criação da loteria para sanar pendências com o governo, mas que não conseguiu, até hoje, cumprir com os objetivos propostos.

Muitas vezes me perguntam o que acho do surgimento de clubes ligados a empresas, ou a empresários. Por mais que eles não tenham uma história e um vínculo com torcedores, acredito que esse seja o melhor caminho para a profissionalização do futebol. Enquanto os clubes forem entidades associativas em que os seus dirigentes não são penalizados por gestões temerárias, a farra com o dinheiro alheio continuará.

Ainda mais com a manutenção de leis que incentivam o perdão a quem errou na administração de recursos e que levam mais tributos a quem tem um trabalho bem feito e bem orientado.

Para o bem do futuro do futebol, os clubes precisam passar a ter donos. Só assim a farra com o dinheiro diminuirá.

  1. Raul

    31/08/2011 16:40:47

    Boa tarde, Venceslau.Acredito que o que alguns clubes realizam de projetos sociais justificam isenções fiscais. No RS a grande rivalidade Gre-Nal não se restringe apenas ao campo.O Grêmio possui uma belíssima obra social denominada Instituto Geração Tricolor, que auxilia crianças em situação de vulnerabilidade social (moradoras em áreas carentes de porto Alegre), onde faz doação de material escolar, além de acompanhamento médico-odontológico, esportivo, psicológico, sem custo nenhum para as crianças/famílias. E, embora o nome seja Instituto Geração tricolor, não se olha a cor clubística da criança.E a única exigência que o Grêmio faz para que a criança continue sendo atendida pelo instituto é: que ela nunca deixe de frequentar a escola.Falo especificamente do Grêmio, pois, como gremista conheço melhor este projeto, mas sei que o Internacional realiza projetos semelhantes.Em um país onde, infelizmente, educação não é exemplo para ninguem, acho que clubes que tenham este tipo de visão merecem sim algum incentivo fiscal.Abraço,

  2. Erich Beting

    31/08/2011 16:00:31

    Meu caro Ricardo, não trabalho só com o blog. Alguns comentários ficam pendentes para aprovação, aguardando moderação. Hoje, por exemplo, foram mais de 200 que tiveram de passar pela minha aprovação. Ou seja, em vez de querer achar que não publico opinião contrária e fazer acusações ridículas sobre pseudo-jornalismo e liberdade de imprensa, trate de perceber que o mundo não gira em sua volta. Um abraço, Erich

  3. Ricardo Marcondes

    31/08/2011 14:27:06

    Cade a liberdade de expressão e informação, pseudo-jornalista? Meu comentário sobre o Elias não foi para o ar. Vai ver que não quer mostrar a verdade sobre o profissional do Máquina do Esporte não ter dado furo nenhum em relação ao jogador? Rasgue o seu diploma e toda luta que os antigos tiveram pela liberdade em ir e vir. Você é contraditório.

  4. David

    31/08/2011 12:41:39

    Clube empresa é o enterro do futebol. Conhece a história da Desportiva do Espírito Santo? Tradicional participanete da Série B do Brasileiro, foi terceira colocado em 1998 ( subiam 2). Em 1999 virou clube empresa. Foi aúltima nos anos de 1999,2000,2001 ( quando finanlmente houve rebaixamento. Disputou a série C em 2002. Depois, intercalou rebaixamentos no campeonato capixaba com períodos em que ficou fechada. Esse ano, o antigo clube social conseguiu desfazer o contrato social que a tornava empresa, recuperando a administração do time. Pra que serve o clube empresa? Pro Eduardo Uram criar o tombense e virar dono de jogador ( Cícero, Thiago Silva...) pro J. Hawila criar o Desportivo Brasil e virar dono de jogador, Pro Juzn figger usar o Rentisat no Uruguai pravirar dono de jogador. Pro Sonda criar um clube e virar dono de jogador. Qual campeonato eles disputam? Nenhum. Clube empresa serve só pra esses sangue-sugas ganharem dinheiro. Não há administração voltada para o esporte de alto rendimento coisa nenhuma.

  5. Carlos

    31/08/2011 11:30:57

    Venceslau, concordo com você, investir em medalhões é oportunismo midiático, existe um beneficio imediato para o clube, nada a ver, o investimento no esporte amador (de base) justificaria o incentivo fiscal.PS.: Você é chato pra caramba, rsrsrsrs, abçs

  6. jmanoel

    30/08/2011 23:55:01

    Caro Venceslau Ponte Preta1º não citei categorias de base, pq os clubes não fazem mais do que obrigação,revelando atletas para seus elencos vide Barcelona.(citei projetos sociais em comunidades carentes)e como vc diz esporte de alto nível,porem com raros investimentos dos clubes ou não? ( haja vista a palhaçada que realizaram nos jogos olímpicos militares, onde atletas profissionais foram recrutados,para representar o pais pois muitos deles não tem condições nem de treinar).2° em nenhum momento agredi vc pois, a fixação demonstrada por vc em outros posts deixa claro o q eu apenas evidenciei, não existe alto nível nesse tipo de comentário pois no post anterior vc comentou as respostas de todo mundo.( papel que cabe ao titular do blog)3° nesse post existem 6 comentários (com esse), 4 são seus.O espaço do blog é para divergências de ideias,não imposição da sua, porem ficamos felizes ao saber que vc faz terapia (rsrsr) sinal que um dia vc melhora.(porem ainda esta longe disso).Abraços (porem fica uma ressalva achei um bom colega para discussões nesses blog)

  7. jmanoel

    30/08/2011 22:37:51

    nosso xarope amigo Venceslau Ponte Preta se esquece de que existem clubes que não só vivem de futebol,e patrocinam outras modalidades com bons resultados vide são paulo(Mauren magi) Corinthians (Thiago pereira) e flamengo (Cesar cielo) fora as ações sociais que esses clubes prestam a sociedade, então não seja radical o incentivo fiscal é bem vindo para clubes que utilizam praticas sociais e beneficiam, muitas comunidades carentes, concordo com vc no ponto citado no texto de Josias a que se separar o joio do trigo, porem de uma opinião verdadeira sem esse recentimento, que demonstra, pelo Erich já ta parecendo, caso para psicologia explicar, o blog é sobre marketing esportivo não doenças mentais e psicologica.AbraçoPS: procure um analista ou psiquiatra por favorrrrr

  8. Jones

    30/08/2011 21:20:11

    Não concordo com nada do que está expresso nesta reportagem. Qual a graça de torcer por uma empresa? Ou por uma marca? Red bull, panasonic, olimpikus, etc. A questão no meu ponto de vista é que as entidades associativas, deveriam ter de prestar contas ao Estado, que por si só já deveria ser o regulador de tudo e de todos. Hoje vemos um jogador igual a Ronaldinho que diz jogar por amor, na verdade é uma grande mentira, pois sem as cifras que envolveram a sua ida ao fla, não teria nem mesmo saído da Europa. O grande mal no Brasil é a total incapacidade de se fiscalizar qualquer coisa. Hora salários em dia, qualquer grande clube poderia a priori pagar, só que estão entregues a pessoas inescrupulosas, que ainda são caras de pau o suficiente para pedir dinheiro público para se construir um estádio. Estas coisas, além das falcatruas de déspotas como o ricardo teixeira (com letras pequenas por envergonhar a todos) é que deveriam ser banidos do futebol, e além de tudo deveriam estarem presos. Mas, aqui vão fazer de que forma? Pobre futebol brasileiro os clubes tradicionais entregues a larápios, os que são empresas só são faixadas para mais exploração e extorsão de um bem público maior, a paixão do brasileiro pelo futebol.

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