Negócios do Esporte

Não existe milagre

Erich Beting

Não foi um milagre. A vitória do Brasil sobre a Argentina e a consequente classificação do país para o basquete em Londres após 16 anos longe dos Jogos Olímpicos é fruto de trabalho. Havia muito tempo que não se dava tanta bola para o basquete no Brasil. Distante das Olimpíadas e, também, dos holofotes da mídia, o esporte precisou chegar ao fundo do poço para começar a se reerguer.

O racha entre CBB e clubes, que teve seu ápice em 2005, foi fundamental para recolocar o esporte nos trilhos.

A vitória de sábado, que recolocou o país no mapa da bola laranja, foi importante para o processo de ressurreição do esporte. Desde que a CBB passou a se preocupar ''apenas'' com as seleções, ficou menos complicado obter bons resultados. Sim, muito da conquista tem de ser dada a Magnano e aos atletas, mas é também do lado de fora da quadra que se consegue os frutos lá dentro.

O basquete volta a percorrer um caminho para ser mais bem estruturado no país. Teremos, até 2016, a certeza de que a vitrine estará com o produto exposto. Aqui dentro, com a NLB cada vez mais forte e com apoio forte da Globo para crescer, a tendência é que, ainda que de forma claudicante, o esporte consiga aos poucos crescer.

O basquete brasileiro voltou para o caminho a partir do momento em que começou a tentar arrumar os desmandos de seus gestores. Não existe milagre, mas sim trabalho.

  1. julio oliveira

    15/09/2011 15:26:05

    ErichO apoio da Globo é contraditório. Não mostram o produto na sua grade de programação. Pelo menos não no último ano. Digo na aberta.Na fechada, são 2 jogos semanais, de sexta a noite no masculino.Que apoio é esse?

  2. Toledo/MG

    13/09/2011 18:29:28

    A Brunoro Sports Business - BSB faz a gestão da confederação junto com o Carlos Nunes, e isso tem sido amplamente divulgado inclusive no UOL, no excelente blog do Fábio Balassiano. Seus diretores são o próprio José Carlos Brunoro, aliás diretor de marketing da Confederação Brasileira de Basketball (?!!) e o sr. Marcelo Dória, que entre outras pérolas, proferiu a seguinte: “O valor do contrato é variável. De acordo com o desempenho da BSB, assumimos o risco.”Em 03/09/2011, o Fábio Balassiano lançou as seguintes indagações para discussão em seu blog:1- Todo mundo sabe que Brunoro fez o “marketing político” da campanha de Carlos Nunes para a presidência da CBB, certo? Será a famosa Lei da Compensação agora?2- Quer dizer então que uma agência de marketing esportivo “faz a gestão junto com o Carlos Nunes”? É isso mesmo? Uma empresa de marketing esportivo indica, por exemplo, o diretor técnico Vanderlei?3- Qual a experiência de Brunoro para ouvi-lo em assuntos técnicos? Não há ninguém mais indicado no ramo para Carlos Nunes "trocar uma ideia"?4- Como bem lembrou Alberto Murray no Twitter, é certo terceirizar o trabalho da Confederação, bancada com dinheiro público (Eletrobrás, Lei de Incentivo, loteria etc.) sem licitação, como faz a BSB com a CBB?5- Não era o presidente Carlos Nunes que propunha um novo modelo de gestão ao basquete brasileiro? Será que o “novo” modelo era apenas “entregar tudo” para a Brunoro Sports Business?Até agora, não consta haver nenhum posicionamento da CBB ou do COI quanto a essas indagações.

  3. Marcio

    13/09/2011 17:32:19

    Concordo com vocês.O Nenê é fundamental, sem ele é torcer para perdermos de pouco.A briga dele com a CBB é antiga, está certo em pedir dispensa, pois a CBB nao quis pagar o seguro dele. Veja o que aconteceu com o jogador da República dominicana. E se a lesão fosse com ele?Espero que o técnico argentino deixe de lado essas intrigas e o espírito vingativo dos brasileiros e e monte a melhor seleção possível, convocando os três da NBA.O Nenê foi considerado um dos 25 melhroes jogadores da NBA, precisamos muito de um pivô forte e que imponha respeito no garrafão. Os erros em lance livre do Splitter foram ridículos.O povo não entende de basquete e vai quase todo mundo na onda da imprensa.Abraços.

  4. Jeferson

    13/09/2011 14:28:52

    Não queria, mas sou obrigado (em termos técnicos) a concordar com vc.Nosso jogo de garrfão foi sofrível, exceto ao jogo do Rafael contra a Argentina. nos demais, sempre sofremos. Quase perdemos a vaga para a Rep. Dominicana para apenas 2 jogadores (Martinez e Hofard) tomando todos os pontos na área pintada.Duro vai ser administrar as vaidades de eles vierem.Abraço e parabéns pelo comentário.

  5. Erich Beting

    13/09/2011 11:43:17

    Não, Carlos. A Globo tem dado um suporte grande para a liga de basquete. Ela é sócia do NBB e tem ajudado a transformar a competição. Abraço, Erich

  6. Paulo

    13/09/2011 11:34:31

    Meu caro. Creio que há momentos e momentos...veja o caso do voleibol. Quando a CBV passou a "cuidar" apenas das seleções, houve o crescimento que conhecemos, só tem que haver a sensibilidade de ver o momento que deve ser redirecionado este processo, pois os clubes chegam no ápice e depois decaem, e com ele a seleção. Hoje o momento é este, e caso a CBV não redirecione, provavelmente o voleibol terá uma queda mais rápida do que foi a subida, pois a base está abandonada, e com ela a renovação e surgimento de novos talentos. O momento do basquete ainda é este, de priorizar a seleção, só espero que a CBB fique atenta ao movimento e momento de redirecionar. O que não houve por parte da CBV.

  7. Erich Beting

    13/09/2011 11:29:30

    Wagner, não entendi sua pergunta. Qual empresa particular administra o que? Abraço, Erich

  8. wagner

    13/09/2011 11:27:55

    Erich, tbem? Torci muito pela seleção e realmente mereceu pela garra dos jogadores, mas há uma ressalva que voçe poderia me responder.A CBB não tem competencia para administrar um esporte olimpico bancado com dinheiro público?Qual o motivo de passar para uma empresa particular administrar?Obrigado

  9. Gustavo

    13/09/2011 08:37:00

    Salve GuilhermeSeja bem vindo à de discussão do blog do Erich.Concordo com tudo que vc escreveu, mas eu confesso que o Marcelinho Machado eu não acreditava. Me calou a boca, ainda bem! Em relação ao pré olímpico eu sempre dizia que o Brasil tinha que ganhar dos times fracos para chegar na semi contra porto rico e fazer o jogo da vida. E rep dominicana é fraco. E perdemos a primeira. Aí eu achei que a casa ia cair. Mas nos recuperamos e fizemos uma segunda fase de dar orgulho!!Em relação ao comentário do Roberto, eu acho que uma seleção forte ajuda a chamar a mídia. Aqui no Brasil, com exceção do futebol e, agora, do volei, campeonato de clube não é transmitido. No basquete não é diferente. O momento da seleção de basquete irá chamar mais atenção aos clubes que devem estar preparados para essa situação.Os times de basquete deverão fortalecer suas bases nas cidades e clubes, caso contrário acontecerá o mesmo que acontece com o volei: clubes "empresas" que só existem qdo o patrocinador paga. Não há (salvo algumas exceções) raízes nos clubes/cidades que possam manter e/ou dar suporte aos trabalhos da equipe principal. É uma estrutura frágil e que todo ano gera desconforto com o fim do ano e o desespero de renovar os contratos. Tomara que o basquete tenha aprendido com o volei. A crescer, se fortalecer e voltar a ser o segundo esporte do país.

  10. carlos

    13/09/2011 01:02:15

    os Neymários da vida......esqueci de resaltar...otimo exemplo...cara...mais uma vez parabens!!!!!!!!!!!!! acrescento...Neymarzinhos....luquinhas...Ronaldinho(foca de circo de novo???) haja...haja....haja paciencia irmão

  11. carlos

    13/09/2011 00:49:36

    Guilherme Scalzilli......meu caro....Parabens!!!!! voce foi fantastico em suas palavras, como é bom ler comentarios de pessoas sensatas..tem gente que recebe pra escrever e, não tem a minima capacidade de discernimento

  12. carlos

    13/09/2011 00:40:49

    "e com apoio forte da Globo para crescer"...com todo respeito, caro Erich Beting. Falar da globo???????????????? da globo????? apoio?????? eu acho que o Sr. se confundiu, ou não??

  13. Paulo Torres

    12/09/2011 23:13:27

    O NBB vem crescendo, ano passado teve um campeonato de grande equilíbrio, esse ano terá um torneio sub-21, o público nos ginásios ainda não é aquele dos anos 80 mas vem crescendo lentamente. Mas eu, e muitos basqueteiros, ainda temos dúvidas sobre o apoio da Globo ao NBB. Será que não valeria a pena trocar os preciosos minutinhos em edições regionais do Globo Esporte por jogos ao vivo sexta e domingos em algum outro canal aberto (RedeTV ou Band)?

  14. Voltem Nenê, Varejão e Leandrinho

    12/09/2011 23:05:05

    O pré-olímpico sul-americano é muito fraco e não serve de referência.Olimpíadas e basquete europeu é outro nível e os jogadores são muito melhores, tipo Paul Gazol e Dirk Nowitzky.Com exceção da seleção de ouro Argentina, que está em decadência, o Brasil só enfrentou galinha morta.A defesa brasileira não funcionou no garrafão, tanto que o Jack e o Scola fizeram o que quiseram.O Uertas nem pode descansar porque não havia nenhum substituto do mesmo nível.Nossos pivôs são ridículos, se precipitam, são afobados e não sabem sequer converter lance livre, que o diga o Splitter. E pivô que não sabe arremessar lance livre, não serve para a seleção, pois é nesse fundamento que se decide uma partida.Um time que tem 9 pontos de vantagem, não pode se precipitar arremessando da linha de 3 pontos.O Nenê e o Varejão fazem uma falta absurda e sem os dois não é possível encarar as seleções européias. Temos que esquecer o lado vingativo e pensar no bem maior da seleção.

  15. Guilherme Scalzilli

    12/09/2011 21:27:01

    OlímpicosO triunfo da seleção masculina de basquete humilha os analistas corneteiros que babaram meses de previsões negativas antes do Pré-Olímpico. Hoje todos fingem que sempre confiaram no time, que são patrióticos e otimistas, que encheram o saco dos torcedores com seu chororô inútil porque estavam tentando ajudar. Não têm sequer a honradez de assumir suas atitudes e as bobagens que disseram.Pausa para um recado importante a Leandrinho e Nenê: não, meus queridos, vocês não fizeram falta.O mais delicioso foi a conquista materializar-se através dos elementos mais contestados pelos gênios secadores: a disciplina tática e o profissionalismo instituídos pelo técnico Rubén Magnano (“onde já se viu um estrangeiro na seleção?”), a presença decisiva de Marcelo Machado (“velho, decadente, fominha”) na semifinal, a importância dos reservas (“essa rotação não leva a nada!”), a eficaz substituição dos atletas ausentes (“sem eles não teremos nenhuma chance”). Até a superação das temidas potências latino-americanas violentou a expectativa de superioridade dos elencos cheios de superatletas da NBA. Argentinos, porto-riquenhos e dominicanos eram imbatíveis, certo?Huertas, Splitter, Giovannoni, Alex, Marquinhos, Hettsheimeir, Machado, Benite, Luz, Augusto, Caio e Nezinho deram um exemplo inesquecível de superação. E nos ensinam muito sobre o país que prefere louvar os Neymários da vida.http://guilhermescalzilli.blogspot.com/

  16. Roberto

    12/09/2011 19:03:25

    A questão que fica para alguns esportes é: clubes fortes fazem uma seleção forte ou a seleção vitoriosa é quem proporciona investidores e novos praticantes a fortalecerem os clubes? Quem deve dar o pontapé inicial?

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