Negócios do Esporte

Atitude prática é que constrói o legado

Erich Beting

A construção de um legado para o país com a realização de grandes eventos esportivos é o grande mote marqueteiro para que o Comitê Olímpico Internacional e a Fifa justifiquem gastos milionários com Jogos Olímpicos e Copa do Mundo.

Até hoje, porém, os grandes exemplos de legado foram Barcelona-1992 e Alemanha-2006, em propostas que, muito mais do que baseadas em boas ideias, tiveram execuções eficientes.

Nesta segunda-feira foi apresentado em São Paulo o Núcleo de Alto Rendimento do Grupo Pão de Açúcar. Nas palavras de Irineu Loturco, diretor técnico do espaço, esse é o “projeto olímpico” da empresa.

Desde 2009, a combinação das palavras projeto e olímpico tornou-se uma espécie de mantra dentro de algumas empresas. É meio que uma fórmula mágica imaginar ser preciso construir um “legado” para o Brasil do esporte.

Algumas optam pelo patrocínio a atletas, outras buscam o apoio a federações, mas poucas fazem algo que possa, de fato, continuar para o país depois que os megaeventos passarem.

Além do núcleo do Pão de Açúcar, a Ambev é outra empresa que tem apostado em construir e reformar praças esportivas. No Rio de Janeiro, a empresa tem apostado em melhorar a estrutura dos quatro times grandes que são patrocinados por ela. Além disso, alguns campos de futebol em comunidades carentes têm sido transformados para o uso da população.

De uma forma ou de outra, as duas empresas mostram que a construção do conceito de legado vai além das palavras e de boas ideias. No final das contas, o maior benefício que o país pode ter com os megaeventos é no aperfeiçoamento de nosso aparato esportivo, sucateado há muitas décadas.

O legado pode, de fato, ser a melhor coisa de um megaevento esportivo num país ou numa cidade. Mas, para isso, não adianta só ter um belo plano de negócios. É preciso saber colocar em prática.