Uma primeira análise sobre a lista da Deloitte: o futuro é alemão e inglês
Erich Beting
Vou tentar escrever por aqui nos próximos dias uma análise mais detalhada da lista publicada hoje pela consultoria Deloitte sobre os 20 clubes de maior faturamento da Europa. Hoje só deu tempo de bater o olho e não me debruçar sobre os números apresentados. Mas uma coisa é certa. O futuro do futebol europeu estará nos clubes alemães e ingleses.
Sim, legal, Real Madrid e Barcelona continuam como os grandes líderes da lista. Mas tem uma coisa nesse resultado que preocupa, principalmente no clube catalão. Na divisão das fontes de receita, o faturamento com a venda de direitos de TV corresponde a 44% de toda a receita do Barça, enquanto no Real Madrid ela responde por 36% do total arrecadado. Nos dois casos, a TV é quem mais gera dinheiro aos dois times. E aí é que está o problema. A partir de 2015, o contrato de televisão na Espanha deixará de ser individual. Isso deve reduzir o quanto Barça e Real faturam com direitos de transmissão.
E aí é que chegamos ao ponto. A liderança tão soberana de Real e Barcelona possivelmente deixará de existir com a mudança da arrecadação com TV. Sem depender tanto dessa fonte de receita, Manchester e Bayern de Munique devem se aproximar rapidamente dos dois líderes.
Da mesma forma, os clubes de Inglaterra e Alemanha tendem, com o passar dos anos, a dominar ainda mais o cenário de arrecadação, já que os dois países, entre os cinco principais do futebol europeu, são os que sofrem menos com a crise econômica. Dos 20 clubes que lideram a arrecadação na Europa, 11 são alemães e ingleses. A Espanha tem Real, Barça e Valencia, a Itália conta com Milan, Inter, Juventus e Roma e a França tem Lyon e Olympique de Marseille.
O futuro, claramente, pertence a alemães e ingleses. Não por acaso, os dois países são também as ligas mais fortes da Europa atualmente, com maior média de público e maior rotatividade de times campeões.
Isso já indica um bom caminho para o futebol brasileiro seguir.