Os legados dos megaeventos começam a aparecer
Erich Beting
Aos poucos começamos a perceber, em alguns pequenos exemplos, que já começa a existir um legado esportivo para o Brasil por conta da realização de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos no país.
Mais um exemplo foi dado nesta sexta-feira, com a reinauguração do ginásio do clube de atletismo BM&F/Bovespa, em São Caetano do Sul, São Paulo.
A necessidade de revitalização de nossas praças esportivas não depende nada dos megaeventos. Pelo contrário, é uma obrigação para um país que trata com tanta importância a conquista de uma medalha e deveria ser uma prioridade se quiséssemos ser uma nação formadora de talentos para o esporte.
Obviamente que não tem sentido reclamar de quem tem investido, pelo contrário, é muito bom valorizar quem, na iniciativa privada, soube entender que de nada adianta termos os grandes eventos se não tivermos a matéria-prima para eles, que são os atletas.
E, como não poderia deixar de ser num país marcado pela falta de políticas públicas para o esporte, precisou partir da iniciativa privada os grandes projetos de infraestrutura voltados, principalmente, para os Jogos Olímpicos.
No ano passado foi o Pão de Açúcar que apresentou seu núcleo de alto rendimento, um complexo para qualquer atleta olímpico usar para testes de força, resistência, etc. Agora é a vez de a BM&F apresentar um ginásio para o atletismo.
Na falácia sobre legado que tanto o governo quanto o próprio Comitê Olímpico Brasileiro usaram para convencer o COI sobre o projeto olímpico do Rio-2016, não se falava em uso da iniciativa privada para construirmos o legado dos Jogos. Até agora, porém, o que se vê é que apenas as empresas têm investido nisso.