A visão do gestor sobre fazer a Copa do Mundo
Erich Beting
O UOL hoje traz uma interessante entrevista com Ricardo Trade, diretor de operações do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo no Brasil (ela pode ser lida aqui). Mais do que as respostas óbvias que cabem àquele que é o responsável por deixar a Copa do Mundo em pé no país, está a visão completamente diferente de quem não tem vínculo político com o evento.
Baka, como Trade é conhecido no mercado esportivo, tem vasta experiência como gestor no esporte. Trabalhou em diferentes modalidades esportivas, teve uma agência de marketing esportivo que fez da Liga Futsal uma das principais competições do país e foi um dos grandes responsáveis pelo Pan de 2007 ter sido realizado no país.
Como ele mesmo diz na entrevista, sua vida é fazer a Copa do Mundo no país. E, como a maioria das pessoas envolvidas na gestão do evento, a visão sobre a competição é totalmente distinta daquela que as ''autoridades'' tentam passar. A função do gestor é fazer com que o evento aconteça da melhor forma possível dentro da realidade apresentada.
Por isso mesmo a entrevista feita por Paulo Passos e Vinícius Konchinski merece a leitura. Ela traz uma visão bem diferente daquela dada por Teixeiras, Marins, Rebelos e afins. Não é o discurso vazio de ''melhor Copa da história''. Fica aquela sensação de que hoje a função do Diretor Geral da Copa é ser muito mais um solucionador de problemas do que um planejador.
A dica é que o leitor tente se colocar na cadeira do gestor, e não do consumidor, para conseguir entender um pouco sobre esse ponto de vista. Isso não exime o país e muito menos o COL de não ter planejado melhor a Copa. Mas com certeza faz com que entendemos muito mais algumas decisões que precisam ser tomadas para que o Mundial fique em pé.