A construção da marca para uma seleção
Erich Beting
O texto pós-empate do Brasil com o Chile gerou algumas repercussões interessantes. Muita gente ainda acha que primeiro é preciso ter um time para só então procurar trabalhar a marca da seleção. Outros acham que o problema foi o Brasil ter começado a jogar só no exterior. Diria que essas duas coisas são reflexo da falta de trabalho para criar uma identidade que una o torcedor à seleção.
Hoje, do jeito que o time brasileiro foi ''largado'', realmente a única forma de aproximar o torcedor seria ter uma equipe vitoriosa. Mas a história da seleção com o torcedor vai muito, mas muito além das vitórias, que o diga a derrota de 1982. E é essa identidade que foi perdida ao longo do tempo.
Da mesma forma, achar que o problema é jogar fora é não olhar para o vizinho, ignorando a Argentina tão ''vendida'' e ''largada'' pela Afa, mas que mesmo assim desperta um sentimento de unidade com o torcedor local. É uma coisa cultural, sem dúvida, mas não deixa de ser uma boa mostra de como é possível ter identificação sem precisar ter toda semana a seleção no quintal de casa.
E aí surge uma mostra vinda da Alemanha. Sim, a seleção alemã é fortíssima candidata a fazer excelente papel aqui em 2014. Tem dois times próximos de fazerem a primeira final germânica do futebol europeu na história. Mas tem um pequeno problema. O alemão teima em não se ''encontrar'' muitas vezes na ''Mannschaft'', como é apelidado o time nacional. O problema, percebido informalmente e também por meio de pesquisas, é de que o alemão sente-se incomodado pelo fato de o país só ter formado um time forte a partir da naturalização de ganeses, turcos, poloneses e pessoas de outras nacionalidades que hoje compõem o país unificado pós-Guerra.
Pensando nesse problema, a DFB (o equivalente à CBF de lá) lançou uma campanha para o torcedor alemão. A seleção foi chamada de ''Time da Integração''. Com direito a campanha na TV e tudo. É só conferir o vídeo, na dica enviada para mim por Edwin Nicolaas Asberg, brasileiro de origem holandesa e que hoje trabalha em Colônia, na Alemanha, numa agência de marketing esportivo.
Valeu pela ajuda, Edwin!