A NBA ensina o básico ao esporte no Brasil
Erich Beting
Amanhã o Brasil receberá, pela primeira vez, uma partida entre dois times da NBA, a liga de basquete dos Estados Unidos. Mais do que o marco histórico que representa, o jogo entre Chicago Bulls e Washington Wizards é, para o mercado brasileiro, uma aula básica de como trabalhar o esporte.
Para começar, a partida que se realiza amanhã começou a ser ''disputada'' no começo da semana, com a chegada dos times e a exposição máxima dos jogadores na mídia por todos esses dias.
Além disso, a NBA estimulou os parceiros comerciais da entidade a realizarem diversas ações pelo Rio de Janeiro envolvendo o duelo inédito na cidade. Com isso, também fizeram com que os cariocas respirassem o jogo, e a liga, durante toda a semana.
O grande evento, porém, aconteceu na quinta-feira, com o ''Dia do Fã''. Cerca de 4 mil torcedores estiveram no HSBC Arena para ver os jogadores de perto, ficarem ''imersos'' numa série de eventos e, ainda, dois jovens torcedores tiveram a oportunidade de tentar arremessos de três pontos dentro da quadra.
Todo esse investimento que a NBA faz em promover a liga é uma aula básica de como o esporte precisa trabalhar o torcedor.
Depois do atleta, a torcida é a grande responsável para um determinado esporte ser grandioso. Quando mais fãs uma modalidade tiver, mais chances ela terá para faturar com patrocínio, televisão e, principalmente, vendas.
Ao colocar o torcedor em primeiro plano, a NBA faz o óbvio. Quem alimenta a força da liga é o torcedor. O dinheiro dele proporcionará um aumento de receita com a venda de produtos e atrairá patrocinadores e mídia. Isso, por sua vez, leva o esporte a ter mais dinheiro para remunerar melhor os atletas.
Parece básico, e até certo ponto não deixa de ser.
Mas a pergunta é. Qual esporte no Brasil se preocupa realmente em colocar o torcedor no centro das atenções? Isso, no mercado americano, é algo básico, existe desde o momento em que se percebeu a força que o esporte tem para atrair as pessoas. Na Europa, foi essa mudança de pensamento que proporcionou que Liga dos Campeões, Premier League e Bundesliga se tornassem referências mundiais no futebol.
Manter acesa a chama do consumidor é um princípio básico de gestão em qualquer empresa. O esporte no Brasil tem muito a aprender nesta semana com a NBA.