Under Armour vai, finalmente, entrar no Brasil
Erich Beting
O ensaio já vinha sendo feito há pelo menos um ano. Agora, no próximo dia 12 de março, a fabricante de material esportivo de origem americana Under Armour vai finalmente ''dar as caras'' para o mercado brasileiro. Um evento em São Paulo com o fundador da marca, Kevin Plank, o triatleta Chris McComarck e o lutador George Saint-Pierre marca o primeiro movimento mais midiático da Under Armour no Brasil.
O desembarque em solo nacional da fabricante acontece no melhor momento da empresa em quase 20 anos de história. Nunca a Under Armour faturou tanto quanto nos últimos anos (veja detalhes aqui). No Brasil, desde 2012 o time de basquete do Pinheiros é quase que a única propriedade patrocinada pela empresa. Agora, a chegada maciça ao país deve movimentar um pouco o mercado de fornecimento de material esportivo.
A chegada da Under Armour deve gerar uma boa disputa pela camisa de alguns clubes, como o São Paulo e o Grêmio, cujos contratos vencem no final deste ano. No Brasil, pelo tamanho do apetite da empresa, é difícil imaginar que o futebol fique de fora dos investimentos. Apostar em times populares é estratégia recente da marca, usada em suas entradas na Inglaterra (patrocínio ao Tottenham), no México (Toluca) e no Chile (Colo-Colo).
Isso pode mudar mais uma vez a configuração do patrocínio esportivo dentro do futebol. Não é impossível pensar que a UA possa começar a ocupar o lugar da Puma como uma terceira via aos clubes.
Além disso, a empresa deve apostar em alguns atletas, dentro de uma estratégia focada nos Jogos Olímpicos. O início da história da Under Armour, aliás, é esse. Kevin Plank era jogador universitário e estava inconformado com as roupas que usava embaixo do uniforme do time. Queria algo que lhe deixasse menos desgastado fisicamente. A partir dali, a empresa sempre apostou em roupas para atletas.
A entrada da marca, no Brasil, fará com que o mercado de material esportivo ganhe um concorrente de peso para as marcas que já estão estabelecidas por aqui. É bem possível que ela ajude a ocupar parte do vácuo deixado pela saída abrupta da Vulcabras (Olympikus e Reebok).
A julgar pelo evento de entrada da Under Armour, ela virá forte para o jogo, apostando nos bons resultados que o Brasil tem gerado para as marcas estrangeiras nos últimos anos. Resta saber se haverá espaço para o crescimento depois de tantos anos de domínio das grandes.