O medo, agora, é o “Não vai ter copo”!
Erich Beting
'Não vai ter Copa'' era parte do bordão estabelecido pelo país nos dias que antecediam o 12 de junho. Chegou o dia 12, a Copa não só teve como está um barato e, agora, o maior receio é o do ''Não vai ter copo''. Pelo menos dentro dos 12 estádios que abrigam as partidas do Mundial, há um intenso corre-corre antes e pós-jogo para que os torcedores levem para casa o souvenir.
Até mesmo o uso do mercado paralelo tem ficado aquecido com a venda dos copos dos jogos.
Mas por que o copo virou um artigo de luxo?
Em 2006, pela primeira vez a Coca-Cola fez uma ação do gênero. Era possível, pagando 1 euro a mais, levar o copo da marca. Era um jeito de você ter um artefato ligado ao Mundial sem precisar gastar muito. Nas lojas oficiais, as camisas personalizadas do jogo eram encontradas por, no mínimo, 20 euros no saldão pós-jogo.
Em 2010, a ação dos copos não foi repetida, e as lojas oficiais da Fifa eram o único meio de se encontrar lembranças relativas a um jogo específico. Mais uma vez, a camisa tinha o preço salgado, na faixa dos 30 dólares.
Até que chega a Copa de 2014 e não apenas a Coca, mas também a Ambev, com as marcas Brahma e Bud, resolvem lançar copos personalizados, com inscrições alusivas às partidas em disputa. Ao custo de R$ 8 (refrigerante), R$ 10 (Brahma) e R$ 13 (Bud), é possível consumir a bebida e levar para casa o copo.
Naturalmente, os torcedores transformam o artefato em artigo de colecionador. E eles se tornaram, por incrível que pareça, a única forma, além do ingresso da partida, de você ter uma lembrança do jogo que esteve presente.
As lojas oficiais nos estádios estão abarrotadas de torcedores, mas raramente você os vê saindo com diversas sacolas de compras. Em compensação, os copos, uma lembrança que cabe muito mais no bolso, tem muito mais procura.
Por incrível que pareça, em vez de ''Não vai ter Copa'', o receio maior, agora, é o ''Não vai ter copo''…