Força do futebol assusta mercado dos EUA
Erich Beting
A força dos clubes de futebol tem assustado o mercado americano. Há uma semana, o ''Sport Business Journal'', principal veículo sobre negócios do esporte dos EUA, publicou uma reportagem sobre a presença dos clubes de futebol nas redes sociais. O resultado, segundo a publicação, é alarmante: das cinco marcas ligadas a esporte e que tem o maior número de seguidores, quatro são clubes de futebol. O levantamento tinha como universo a soma de seguidores dos clubes no Facebook e no Twitter.
Na lista apresentada pelo ''SBJ'', os cinco primeiros clubes mais populares nas redes sociais são os seguintes:
- Barcelona (13,5 milhões de seguidores)
- Real Madrid (13,2 milhões de seguidores)
- Manchester United (12,1 milhões de seguidores)
- Los Angeles Lakers (9,5 milhões de seguidores)
- Arsenal (5,9 milhões de seguidores)
O resultado, na visão americana, mostra uma preocupação para o negócio dos outros esportes. O futebol, segundo eles, tem tomado conta do mercado mundial, ao passo que os times americanos, independentemente de qual esporte represente, continuam com atuação restrita aos Estados Unidos.
Esse é um ponto crucial e um dilema que os americanos terão pela frente nos próximos anos. Com a retração do mercado dos EUA, é fundamental para o crescimento dos times de lá a busca de novos torcedores. Com menos dinheiro para gastar desde a crise, o americano tem cortado os investimentos em esporte. O crescimento da audiência de TV no esporte e a queda da presença de público nos estádios e ginásios são um reflexo disso. Sem tanta verba, o torcedor prefere acompanhar de casa o esporte a ir ao evento.
Com isso, é fundamental que o esporte vá para outras regiões do planeta, em busca de dinheiro novo, especialmente dos mercados da China, da Índia e do Brasil, os três mais cobiçados na atualidade. Mas, aí, o problema para o americano é que em sua maioria esses países já estão tomado pelos clubes de futebol, especialmente os da Europa.
''Se tem algo que temos de aprender com o que tem acontecido lá fora, é que esses times de futebol são hoje marcas globais'', resumiu o vice-presidente da área digital da NBA, Bryan Perez, na reportagem do SBJ.
Sim, dentre a mais de uma centena de funcionários que a liga de basquete dos EUA têm, um é responsável por olhar a área de ações digitais. Prova de que o modelo americano de gerenciar o esporte está anos-luz à frente do restante do planeta. Mas, agora, o americano percebeu que não adianta mais olhar apenas para o próprio umbigo.
Enquanto isso, no Brasil, os clubes, salvo raríssimas exceções, seguem considerando que globalização significa, simplesmente, jogar o Mundial de Clubes no final do ano…