Negócios do Esporte

Brasileirão tem 15% mais público e 49% mais renda em 2013
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Erich Beting

O Campeonato Brasileiro de 2013 teve um ligeiro aumento de público e um sensível aumento de arrecadação. O torneio, que terminou dentro de campo no último dia 8 de dezembro, foi o que mais dinheiro gerou nas bilheterias do país.

Um levantamento inédito feito pelo núcleo de pesquisa da Máquina do Esporte mostrou que o Brasileirão-2013 teve 15% a mais de público do que no ano passado e 49% a mais de receita.

Nos 380 jogos do torneio, quase 6 milhões de torcedores pagaram ingresso para ir aos jogos nos estádios (5.983.578 pessoas, para ser mais preciso). O número que mais variou, porém, foi o de arrecadação. Ao todo, a receita com a venda de ingressos chegou a R$ 176,5 milhões, recorde histórico no país e 49% a mais de receita do que em 2012. 

O que levou a esse aumento foi, sem dúvida, a inauguração dos estádios reformados para a Copa do Mundo. Maracanã, Mineirão e Mané Garrincha puxaram os números para cima. O estádio de Brasília, aliás, foi o que teve o melhor ''aproveitamento'', com uma arrecadação média de R$ 2,5 milhões por partida.

O aumento da receita também gerou um natural aumento das despesas do clube. Por conta dos novos estádios, os clubes gastaram R$ 71,7 milhões com aluguel e demais custos por partida. Mas a receita líquida, que é o dinheiro que foi parar nas contas das equipes, cresceu 25% e chegou a R$ 74,3 milhões, também um recorde no Brasil.

Os novos estádios começam a dar uma nova cara para a arrecadação com bilheteria no país, mesmo ainda longe de ter mudado a maneira como o torcedor é convencido a ir para uma partida.

O potencial de aumento de receita, porém, é bem maior do que o já obtido. Pelo levantamento, constatou-se que a taxa de ocupação dos estádios, somando-se Brasileirão e Copa Perdigão do Brasil, ficou em 40%. Ou seja, não temos nem a metade da capacidade real de ocupação preenchida.

Com os novos estádios de Corinthians, Palmeiras, Inter e Atlético-PR, a tendência é que novos recordes sejam obtidos em 2014. Para isso, porém, é fundamental que o tratamento dado ao torcedor seja melhorado. Do contrário, com o tempo diminui o interesse em conhecer os novos estádios e o público, assim, começa a cair.

Esses e outros números constam do mais extenso estudo já feito sobre o comportamento do torcedor num estádio de futebol do Brasil. Colocamos o dossiê em pré-venda nesta sexta-feira pelo site da Máquina do Esporte (veja detalhes aqui). Para quem trabalha com futebol, é um prato saboroso para começar a repensar a maneira como trabalhar o futebol.


A diferença entre os Mundiais. Da Fifa e da Toyota
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Erich Beting

A zebra verde e branca do Raja Casablanca desbancou mais uma vez a final que parecia óbvia do Mundial de Clubes da Fifa. Pela segunda vez em dez edições do torneio com a chancela da entidade, a decisão deixa de ter um representante da América do Sul. Essa situação mostra, na essência, qual a grande diferença entre os Mundiais que foram disputados entre clubes na história do futebol.

O primeiro, denominado Copa Intercontinental, reunia apenas os clubes campeões da América do Sul e da Europa. Era uma forma de os dois continentes que produziam os principais atletas e clubes do futebol na época medirem forças para determinar qual era o ''melhor do mundo''. Entre 1960 e 1970, o torneio tinha pelo menos duas partidas para definir o campeão, uma em cada continente. Depois, passou a adotar o saldo de gols para tentar reduzir o número de jogos para o título. No fim dos anos 70, com a agenda mais escassa e com mais dinheiro vindo de outras competições, por algumas vezes o campeão europeu abdicava da disputa do ''Mundial'', o que causou, em duas ocasiões, a não-realização do torneio.

A guinada da Copa Intercontinental veio em 1980, quando o plano de expansão global da montadora japonesa Toyota foi colocado em prática. A empresa decidiu, então, patrocinar o torneio. Com isso, o Mundial passou a se chamar Copa Toyota, sendo realizado em apenas um jogo, no Japão, país-sede da empresa. O caráter comercial do jogo fez com que a premiação em dinheiro para os clubes se tornasse mais atraente, e a partir de então a partida sempre contou com a presença dos campeões de cada continente, uma das exigências constantes do patrocínio.

O modelo deu tão certo que, em 2000, a Fifa tentou puxar para ela a organização do Mundial. A primeira tentativa, ainda capitaneada pela agência ISL, foi o torneio disputado no Brasil, que levou à conquista inédita do Corinthians. No ano seguinte, com a quebra da agência de marketing esportivo, o projeto do Mundial naufragou. Só em 2005 a Fifa, a partir de um acordo com a Toyota, conseguiu unificar as disputas.

E é exatamente aí que reside a grande diferença hoje entre os Mundiais.

O torneio da Toyota tinha um caráter comercial por trás da disputa que fazia ela ser reduzida aos campeões dos dois continentes mais representativos do futebol e também estratégicos para a empresa.

A partir do momento em que a Fifa passou a ser a organizadora da competição, ela precisou ampliar o alcance da disputa. Não eram mais só os interesses da Toyota em campo, mas também o da entidade esportiva. Assim, o Mundial passou a ter clubes de todos os continentes e também a equipe do país-sede. O objetivo, com isso, é ampliar o alcance esportivo do torneio.

O mérito esportivo fica maior no Mundial com o formato da Fifa, e a prova disso são as zebras de Mazembe, em 2010, e Raja Casablanca, agora. Mas, comercialmente, é muito mais interessante, para uma empresa que patrocina o evento, ter a audiência dos mercados da América do Sul e da Europa. Por isso, lá atrás, a Toyota não corria o risco de uma zebra espantar parte do interesse dos mercados-chaves da marca.

Uma coisa, porém, é inegável. O caráter de campeão do mundo, de um jeito ou de outro, está mantido.


Izael Sinem, ex-Nestlé, assume marketing do Corinthians
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Erich Beting

Uma reunião na última terça-feira com o presidente Mario Gobbi selou a oficialização do novo diretor de marketing do Corinthians. O escolhido foi Izael Sinem, ex-diretor de marketing da Nestlé, que saiu da empresa de alimentos recentemente, após as mudanças no comando da multinacional, e hoje comanda a agência I Brasil.

Sinem já está hoje no clube, planejando as ações para o próximo ano. Ele começa a comandar o departamento, liderado por Caio Campos, a partir de janeiro.

O executivo não será remunerado pelo trabalho no clube. Ele assume o cargo de diretor estatutário, vago desde a saída de Ivan Marques, em agosto passado.

Sinem terá pela frente o desafio de recolocar o marketing do Corinthians em evidência. Desde o início do ano, o clube reduziu sensivelmente as ações do departamento, muito por conta do estilo de Gobbi.


Com prêmio do COB, empresas começam a ativar 2016
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Erich Beting

A edição de 2013 do Prêmio Brasil Olímpico, criado pelo COB para condecorar os atletas de maior destaque nas modalidades olímpicas, serviu para que algumas marcas começassem, finalmente, a trabalhar a comunicação voltando seus olhos para 2016.

As duas marcas que mais se destacaram no evento desta terça-feira foram o Bradesco e a Coca-Cola. O banco, que é a empresa brasileira que mais investiu no patrocínio às Olimpíadas, fez o evento de premiação dentro do Teatro Bradesco, em São Paulo. Já a marca de refrigerantes aproveitou para resgatar o apoio aos Jogos Escolares da Juventude, em setembro passado. Quatro jovens que disputaram a competição escolar subiram no palco com os atletas premiados.

As ações de ativação começam a mostrar um posicionamento, ainda que tímido, das empresas em relação ao evento que começa a entrar na reta final de preparação. Sem poder contar com a exposição da marca nas arenas, os patrocinadores olímpicos tendem a investir mais dinheiro em ações que contem um pouco sobre o patrocínio que é feito ao evento.

A tendência é que, no segundo semestre do ano que vem, após a Copa do Mundo, as marcas concentrem cada vez mais esforços para falar de Olimpíadas. Até agora, apenas nos eventos maiores, como campeonatos mundiais e premiações do COB, as marcas têm feito algo mais consistente.

Como são muito mais atletas envolvidos nas Olimpíadas, a tendência é de que as marcas invistam durante mais tempo nas ações de comunicação do patrocínio. Isso deve levar o mercado a um certo aquecimento pré-evento, mudando um pouco o cenário que foi da Copa do Mundo, quando as marcas esperaram os meses antes dos principais eventos relacionados ao Mundial de futebol para se comunicar.

O uso do prêmio desta terça-feira para a ativação das marcas foi uma prévia do que está por vir. E uma notícia um tanto quanto alentadora para o mercado, cada vez mais com um ponto de interrogação na testa pelos péssimos exemplos vindos do futebol.


Nissan dá o exemplo; restam os outros seguirem
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Erich Beting

Um comunicado distribuído à imprensa no final da tarde desta segunda-feira, pós-decisão do STJD, colocou mais lenha no debate sobre a involução do futebol brasileiro. A fabricante de automóveis Nissan decidiu retirar o patrocínio ao Vasco. Na nota, a montadora justifica o ato pelas cenas de selvageria proporcionadas pelos torcedores vascaínos na última rodada do Campeonato Brasileiro, que decretou a queda do clube à Série B.

''A direção da Nissan considera que os referidos atos de violência são incompatíveis com os valores e princípios sustentados e defendidos pela empresa em todo o mundo'', dizia parte do comunicado.

Esse talvez tenha sido o ato mais exemplar que uma empresa já deu para o futebol brasileiro. Muitas outras marcas já deixaram o futebol tendo motivos de sobra para tal. Mas nenhuma, antes, colocou tanto o dedo na ferida.

No momento em que mais se previa que o futebol no Brasil transbordasse em dinheiro, o que se observa é um movimento oposto. Sim, as receitas aumentaram, mas num crescimento quase inercial, pelas renovações dos contratos de TV e de fornecimento de material esportivo, turbinadas por concorrência. Os clubes pouco ou quase nada fizeram para merecer novos contratos e mais receita.

Pior ainda, os desmandos de fora de campo levaram a uma situação de insatisfação tremenda. Jogadores protestam, torcedores reclamam, brigões pulam pelas arquibancadas, advogados surgem ao final da história em busca de um ''grand finale''.

A sensação que se tem é de que voltamos aos anos 80/90. Involuímos, em questão de cinco anos, para patamares de 15/20 anos atrás. Com mais dinheiro, mas igualmente sem saber o que fazer com ele.

Por isso, a decisão da Nissan de deixar o Vasco dá a medida certa do que é o momento atual do futebol no Brasil. A meio ano da Copa, é inseguro, para uma marca, se associar ao esporte. Não por acaso, os patrocínios ficam centrados no que é ''seguro''. A seleção brasileira e o Mundial.

Ao explicar que deixou o Vasco pela briga da torcida, a Nissan dá a medida do que exige de quem é patrocinado. Seriedade e profissionalismo devem pautar o trabalho do clube na relação com o patrocinador e no comportamento dentro e fora de campo.

Com o futebol sendo um investimento cada vez mais alto para as marcas, é fundamental que os clubes profissionalizem suas gestões. Continuar no estágio semiprofissional de hoje é metade do caminho para que as marcas deixem de investir.

A grande diferença do que fez a Nissan agora daquilo que diversas outras marcas fizeram em 2001, primeiro ano após a malfadada Copa João Havelange, foi explicar claramente o motivo da sua saída. Até porque, na Série B, a chance de a empresa ter mais visibilidade e ampliar o relacionamento com o torcedor vascaíno pelo Brasil fazia do patrocínio um negócio até melhor do que foi neste ano.

Se a moda pega, vai sobrar espaço nas camisas para os próximos anos…


Carta para Peter Siemsen
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Erich Beting

Caro presidente Peter Siemsen, espero que, de alguma forma, esse texto chegue até você.

Não nos conhecemos pessoalmente, porém admiro muito sua coragem. Ao assumir a presidência do Fluminense, o senhor começou um trabalho árduo para tentar reduzir a dependência que o clube sempre teve da Unimed. Seria impossível romper logo de cara com o ''parceiro'', mas nos últimos dois anos o senhor tem tentado dar a tão sonhada independência perdida lá em 1999, quando o clube precisou dos milhões da empresa de saúde para sair do buraco em que havia se colocado.

Aliás, desde quando o senhor se tornou presidente do Fluminense, o clube parece ter saído das trevas. Investiu em marketing, buscou novas formas de financiamento, negociou parcerias no exterior, trabalhou para resgatar a imagem do Flu.

Agora o senhor talvez tenha em mãos a grande oportunidade para dar um novo significado ao sentimento do que é ser Fluminense.

Pode parecer irônico, ou destino mesmo, que caiu exatamente na sua gestão uma tomada de decisão que pode, de uma vez por todas, mudar a triste história recente do Fluzão que o levou para a situação tão deprimente como a encontrada pelo senhor. Por mais que o senhor diga que o clube não tem qualquer relação com as viradas de mesa do passado, o fato é que o Flu foi o grande beneficiado da desordem que tomou conta do nosso futebol do meio para o fim dos anos 90 e comecinho dos anos 2000. E ficou absolutamente marcado por isso.

O negócio foi tão traumático, presidente, que aconteceram duas CPIs para destrinchar e vasculhar a vida dos principais dirigentes esportivos após tanto desmando e mudança, fora de campo, do que aconteceu dentro dele.

Os grandes heróis não são construídos a partir de vitórias, mas de histórias. 

Não sei se o senhor se lembra quem venceu a maratona olímpica feminina de 1984. Quase ninguém sabe, mas com certeza todo mundo se recorda da atleta suíça Gabriele Andersen adentrando o estádio Olímpico cambaleante, esforçando-se para completar os 42km do percurso. Ela ficou em último lugar!

Acredito que o senhor também não se recorda do nome do vencedor da maratona olímpica masculina de 2004. Recordamos, apenas, de Vanderlei Cordeiro de Lima, chegando com os braços abertos celebrando o bronze que valeu mais do que ouro, após ter sido atropelado por um maluco quando liderava a corrida.

Guardadas todas as proporções o senhor tem em mãos, mais ou menos, a oportunidade de ser lembrado para sempre. Não com a triste imagem do champanhe estourado por Álvaro Barcellos lá em 1997, mas por um ato de grandeza digno de heróis de verdade.

Se uma de suas grandes preocupações como presidente do Fluminense é recuperar a imagem do clube, talvez não tenha melhor oportunidade para fazer isso.

A Portuguesa errou, sim. Mas a culpa pelo delito por ela cometido é realmente dela?

Suponhamos que o senhor tropece num buraco na rua e, por fatalidade, caia e acerte uma pessoa, que se machuca seriamente e fica inválida para o trabalho. Essa pessoa decide processá-lo por conta disso. Afinal, você foi quem a acertou e a deixou sem condições de trabalhar. O senhor tem de ser sumariamente condenado a pagar uma pensão vitalícia a ela ou será que há alguém maior que isso envolvido no problema?

Com todas as diferenças e nuances, foi isso o que aconteceu. 

Será que o erro é mesmo da Portuguesa ou da incompetência de quem é responsável por organizar o campeonato? Como é que pode não existir uma lista em que estejam os atletas aptos a jogar naquela partida? É mais ou menos como não ter um aviso de que há um buraco na calçada, já que a incompetência do gestor público não permitiu ainda que fosse feito reparo.

Faça do Fluminense o clube que orgulha o Brasil retumbante.

Afinal, o ''delito'' cometido pela Portuguesa foi colocar, por menos de 20 minutos, um atleta irregular. Será que isso é realmente motivo para dizer que o clube precisa cair no lugar de outro que talvez tenha jogado cinco grandes jogos no campeonato e sido medíocre na maior parte do restante da competição?

O senhor é pai de quatro filhos, imagino o quanto seja difícil educá-los a serem cidadãos mais corretos e melhores num mundo cada vez mais individualista e oportunista. Imagine a sensação de, se um campeonato de escola de um deles tivesse tido uma mudança de resultado obtido dentro do campo por conta de um erro e que isso fosse determinar a perda do título de seu filho?

Como o senhor explicaria moralmente para ele que a lei está a favor daquele que foi mais incompetente dentro de campo?

Se isso não serve para o senhor mudar de opinião, então deixe de lado a paixão pelo Fluminense e pense como gestor do clube. O senhor já fez uma análise de prós e contras de uma mudança de classificação do campeonato que beneficiasse o seu clube?

Sim, claro que isso seria excelente para os seus eleitores e até para comemorar o Natal em família mais aliviado. Mas e para a instituição? Será que é realmente esse o melhor caminho? Ficar fadado, para sempre, como o clube da virada de mesa? Por mais que o senhor tente argumentar que o Flu nunca tenha pedido para a mesa virar, ele curiosamente sempre se deu bem nessas transformações do resultado em campo por resultados dos tribunais.

Isso não prejudica o futuro do clube?

O senhor pode escrever uma grande história nessa segunda-feira, caro Peter Siemsen. E o resultado de uma atitude de grandeza pode ser muito maior do que um oportunismo que mascara os erros de um ano ruim.

Espero, caro Peter, que o sentimento de Justiça exista em seu íntimo. O egoísmo, quase sempre, só traz problemas mais à frente. Somos seres que vivemos em sociedade. E, por isso mesmo, em alguns instantes estamos por cima e em outros, por baixo.

Afinal, feio não é cair. É não fazer nada e deixar o outro cair para se safar.

 


Fifa afirma ter dado chancela a QG alemão na Bahia
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Erich Beting

A diretora de comunicação da Fifa, Delia Fischer, acaba de entrar em contato com o blog para afirmar que a federação alemã fechou o ''Campo Bahia'', local em que ficará hospedada, após uma consulta realizada com a Fifa.

De acordo com a executiva, os alemães fecharam um acordo com a Match para que a seleção fique no lugar. A Match é a agência responsável pela logística de hospedagem dos clubes, entre outras coisas. De acordo com Delia, os alemães já haviam solicitado que ficariam naquele local, que faz parte das locações da Fifa.

A executiva informou, ainda, que não há qualquer veto aos patrocinadores das seleções exporem suas marcas nos espaços de treinamento. O que eles não podem, segundo Delia, é ''usar a logomarca da competição. É assim desde 1998'', afirmou.

Leia a seguir o comunicado da Fifa sobre o assunto:
''A Fifa, o COL e o escritório de hospedagens da Fifa mantiveram contato com a Federação Alemã de Futebol (DFB) durante alguns meses após a entidade ter manifestado o interesse em ficar hospedada no ''Campo Bahia''. Como não havia garantias de que o local seria construído a tempo do Mundial, ele não foi colocado como uma opção na lista de ''campo-base'' publicado no site da Fifa. Durante esse meio-tempo, a construção avançou, e a propriedade passou a fazer parte da lista, sendo que o local de treinamento também está em processo de finalização. Atualmente, o Campo Bahia é uma propriedade reconhecida como qualquer outro campo de treinamento dos times, que fazia parte da lista de locais aptos a receber times e que foi escolhido pela Alemanha. Esse processo também ocorreu em Copas do Mundo anteriores com várias equipes''.

Delia Fischer ainda apontou que cada seleção é requisitada a fazer um ''dia para a mídia'' antes das partidas. Nesse dia, eles treinam nos campos com as marcas dos parceiros da Fifa.


A $ábia decisão alemã de ter um QG próprio na Copa
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Erich Beting

A informação foi impressa nas páginas do jornal alemão Bild. Depois de tanto procurar, a Federação Alemã de Futebol (DFB) decidiu que montará um espaço próprio próximo a Porto Seguro, na Bahia, para abrigar o time alemão. Alguns veículos brasileiros já ligaram essa decisão ao pretenso despreparo do Brasil para organizar a Copa do Mundo.

Mas há muitos senões e cifrões nessa história que vão além da capacidade hoteleira e de transportes do país.

Primeiramente, os hotéis e CTs que são escolhidos para abrigar as seleções passam pelo crivo da Fifa. Onde quer que seja, o local é sempre aprovado pela entidade. Considerando a decisão alemã de fixar moradia na Bahia, o que não falta são hotéis aptos a atenderem os requisitos determinados pela entidade.

O argumento da dificuldade de locomoção também é relativo. Logicamente estamos longe de sermos uma Alemanha no quesito mobilidade urbana. Por terra, pelo ar, ou água, estamos muito atrás da eficiência germânica. Mas os alemães optaram por ficar a 40km de Porto Seguro e usar o aeroporto local, menor que o de Salvador, para seus deslocamentos aos jogos.

Ou seja, transporte também não é grande problema. 

Entra, então, o terceiro ponto que justifica a decisão tomada pela DFB de construir um QG próprio. Ao montar um local próprio, a Alemanha não ficará hospedada em ''território Fifa''. Ou seja, os alemães não estarão hospedados nos alojamentos alugados pela entidade para as delegações.

Ao não ficar no território da Fifa, a Alemanha não precisa, também, seguir o caderno de regras da entidade no que diz respeito à proteção de seus patrocinadores. Os alemães têm 14 parceiros comerciais. Desses, apenas Adidas, Coca-Cola e McDonald's são também parceiros da Fifa. Outros cinco são concorrentes diretos de patrocinadores do Mundial.

Sendo assim, para agradar os parceiros, a Alemanha construiu o próprio QG. Tanto que esses mesmos parceiros ajudaram nos investimentos para levantar o local, que depois será usado para projetos sociais, segundo informa a federação alemã em seu sita.

A decisão não é meramente técnica, muito menos está ligada a uma ''incompetência'' do Brasil. Até porque as grandes seleções deverão fazer isso na maior parte dos casos. O Brasil, por exemplo, ficará na Granja Comary, com todos os seus patrocinadores realizando ações para quem estiver presente ao local.

Veja abaixo o vídeo com os detalhes do ''Campo Bahia'', como foi denominada a área construída pela DFB.

 

Nota do blog:

Após a publicação do post, a diretora de comunicação da Fifa entrou em contato para contestar algumas informações contidas no post. Para ler a resposta da entidade, clique aqui.


Ronaldinho volta a ser “astro” em ação da Nike
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Erich Beting

A presença de Ronaldinho Gaúcho no Mundial de Clubes fez com que a Nike voltasse a usar a imagem do jogador do Atlético-MG numa campanha global da marca. Desde que voltou ao futebol brasileiro, Ronaldinho havia praticamente sido ''eclipsado'' por Cristiano Ronaldo e, agora, Neymar.

Principal jogador do Galo no Mundial, Ronaldinho virou uma espécie de ''embaixador'' da Nike no evento, que é patrocinado pela Adidas, marca que também veste o Bayern de Munique, principal candidato ao título do torneio junto com a equipe brasileira.

O uso de Ronaldinho pela Nike acontece num momento emblemático. Dificilmente o jogador disputará a Copa do Mundo e, também, desde que voltou ao Brasil ele deixou de ser um rosto familiar ao cotidiano do torcedor europeu. Com isso, perdeu espaço nas campanhas da marca, que optou por jogadores com apelo maior ao público jovem.

O próprio vídeo com o jogador revela essa nova ''função'' de Gaúcho. Nele, ele provoca as pessoas perguntando ''quem é estrela''. Algo bem com o DNA da Nike. E que pode, nesse momento que parecia ser de eclipse da carreira de um dos maiores talentos do país na década passada, recolocá-lo no topo.

Mais uma vez a Nike provoca e coloca-se na tênue linha que separa uma ação audaciosa de um tombo doloroso. Para quem se acostumou a fazer isso desde sua fundação, em 1972, é algo normal. O interessante foi ver Ronaldinho protagonizar a campanha comprando também essa linha provocativa.

Veja o vídeo abaixo.


Até quando?
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Erich Beting

Sim, você não leu errado. Dois dias depois, o mesmo título volta a ser usado aqui neste espaço para falar sobre nova barbárie que acomete o futebol no Brasil. Assim como foi no fim dos anos 90, começa a ser formado um movimento claro de que estão passando o serrote no pé da mesa para que ela, muito em breve, tombe.

E a virada será espetacular. Pode até, veja só, acometer o Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, e não apenas a Portuguesa, que hoje perdeu a força do passado, embora siga a ter bravos e fieis seguidores.

Mas o que representa mais uma virada de mesa na prática para o futebol no Brasil?

Dentro do que vem sendo feito no esporte aqui no país nos últimos cinco anos, não é de se estranhar que os clubes não estejam nem um pouco preocupados em buscarem, na interpretação da lei, aquilo que não conseguiram fazer dentro de campo. Desde a implosão do C13 e a consequente negociação individual dos direitos comerciais do Brasileirão que a regra do mercado da bola passou a ser o egoísmo.

O dirigente pensa primeiro no seu clube e só depois no seu ''rival''. Foi essa lógica tosca e deturpada que fez o Corinthians peitar todo mundo e bater o pé para ganhar mais da TV. Foi aí o início do fim de qualquer chance de o futebol brasileiro melhorar como produto no médio prazo.

Não que o Clube dos 13 fosse bom, mas em qualquer segmento da economia, é muito, mas muito mais eficiente, as empresas que trabalham no setor se unirem para negociações coletivas. Elas geralmente trazem menos custos para a companhia e/ou mais receitas. No caso do futebol, como cada clube tem seu passado perverso com a Globo, a negociação individual dos direitos enfraqueceu o poder de barganha do grupo e deixou a emissora controlar como bem quer o produto.

Agora, mais uma vez, os dirigentes voltam a pensar apenas em si próprios. Uma virada de mesa, atualmente, levaria junto não só o que está sobre ela, mas todo o fiapo de credibilidade e confiança que o mercado ainda deposita no futebol.

Quando novos estádios não significam nova mentalidade na gestão do relacionamento com o público, quando mais dinheiro em caixa só significa aumento irracional dos gastos, quando nem mesmo o resultado esportivo é respeitado, o que resta de argumento para que um potencial investidor coloque dinheiro no futebol?

O falido modelo de patrocínio implementado por Corinthians e Ronaldo terminou antes mesmo da Copa do Mundo. Hoje não é bom investir no futebol. A marca concorre com outras cinco, pelo menos, dentro do próprio uniforme do clube, o que dirá no universo macro?

A televisão, que poderia ser uma forma de garantir maior capilaridade para todos os clubes e assim aumentar o retorno de quem investe, respaldada em contrato só coloca dois clubes para serem exibidos.

O torcedor, que seria a mola propulsora do consumo e consequentemente do motivo para que uma empresa investisse no clube, está colocado em segundo plano até pelos clubes que são os mais modernos em suas gestões.

O dirigente, que deveria ser o responsável por olhar a saúde do negócio futebol no médio e longo prazo, olha apenas para a tabela de classificação, preocupado com a mancha em sua imagem que um possível rebaixamento pode causar.

Até quando o futebol no Brasil continuará a agir dessa forma? Se a mesa for virada desta vez, serão necessários pelo menos cerca de 15 anos para recuperar tudo o que se perdeu.

No cenário atual, é incomparavelmente melhor jogar apenas um ano a Série B…