Os pneus ficarão cada vez mais cheios na próxima década
Erich Beting
Já há pelo menos dois anos que o tema é discutido pelas bandas paulistanas. De que forma a febre das corridas de rua será substituída? Qual será a nova modalidade que alcançará as pessoas?
O espaço deve vir a ser ocupado pelas bicicletas. E, mais uma vez, quem puxa esse trem é a cidade de São Paulo, por ser a mais populosa do país, por ditar também o hábito de consumo do mercado em geral e por gerar as maiores receitas para os envolvidos em lançamentos de produtos. Da mesma forma que a corrida de rua, o foco da bicicleta não é o esporte de alto rendimento, mas sim o lazer, o entretenimento, o hábito de vida mais saudável. E, por isso mesmo, o que ainda hoje pode ser chamado de “moda” deve ser visto em breve como tendência e, posteriormente, realidade.
Prova disso é que, nos próximos dias 29 e 30 de outubro, o americano Lance Armstrong estará no Brasil para um passeio ciclístico. Grande nome do ciclismo mundial, Armstrong virá promover a modalidade no país. O evento reunirá 1500 pessoas para uma palestra com o maior vencedor do Tour de France, sendo que 400 pessoas serão “agraciadas” (mediante pagamento, é claro), com um giro de bike por São Paulo com Armstrong.
A iniciativa dá o tom de como a bicicleta já começa a ocupar um importante lugar na preferência da prática esportiva. Na próxima década, devemos assistir a um salto grande do segmento no país. Passeios ciclísticos começam a ficar cada vez mais recorrentes, ao passo que o inchaço das corridas deverá ter na bicicleta uma válvula de escape para todos aqueles que já se cansaram da popularização das provas de rua.
Armstrong no Brasil é apenas o início desse processo.